A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) promove uma audiência pública nesta quarta-feira (17) sobre a fibromialgia e a possibilidade de sua classificação como doença crônica. Foram convidados representantes do Ministério da Saúde, da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, da Associação Brasileira de Fibromiálgicos e da Sociedade Brasileira de Reumatologia. A senadora Ana Amélia (PP-RS), que solicitou a audiência, destacou a importância de a fibromialgia ser considerada doença crônica pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A fibromialgia é uma doença que provoca dores em todo o corpo, ainda pouco descrita na literatura e que não tem prevenção. A síndrome gera sensibilidade nas articulações, nos músculos e outros tecidos moles do organismo. Sua causa ainda não é completamente definida, mas acredita-se que o cérebro dos pacientes com a doença sofra uma diminuição da serotonina e, por isso, perca a capacidade de regular a dor. Assim, os impulsos são interpretados erroneamente.
A realidade de quem sofre com a fibromialgia, doença que passou a ser descrita apenas da década de 1990, é dolorosa. A ciência aponta a genética, infecções por vírus e doenças autoimunes como possíveis causadores, mas não únicos. “Os pacientes apresentam muitas vezes exames laboratoriais e de imagem absolutamente normais. Muitos profissionais de saúde chegam a achar que eles fantasiam os sintomas, e os estigmatizam como hipocondríacos”, analisa Paulo Renato Fonseca.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Fibromialgia, de 2% a 3% da população brasileira sofrem com a doença, o que representa até 6 milhões de casos. Mulheres entre 35 e 50 anos representam 90% das ocorrências. Os principais sintomas são dor generalizada, fadiga, dificuldades cognitivas, dormência e formigamento nas mãos e nos pés, palpitações e redução na capacidade de se exercitar. Quem tem fibromialgia costuma descrever uma dor intensa que se espalha pelo corpo saindo da nuca, ombros, tórax, região lombar, quadris, canelas, cotovelos e joelhos.