Questionado pelo Informe Baiano sobre a não divulgação dos homicídios no interior e também a ausência de dados sobre crimes de latrocínio no portal da Secretaria de Segurança Pública (SSP), o governador Rui Costa atribuiu a suposta omissão a falta de informatização das delegacias e unidades policiais. A entrevista foi concedida durante coletiva nesta terça (13) no Gabinete do Governador para sites da capital.
“O que tinha ao longo dos anos na Bahia, eu não diria querer esconder, mas simplesmente não era processado. Como as delegacias não eram e ainda hoje não são informatizadas, não se tem um sistema online de registro em que uma ocorrência feita na delegacia entre automaticamente no cômputo geral. Nós não estamos ainda nesse patamar e nenhum estado brasileiro está. Nem São Paulo está nesse nível ainda. Então, você ainda tem muito lançamento local, mas que é no computador, ainda funcionando. O que acontecia é que, ao fazer um balanço de um ano, as informações dos municípios sequer tinham chegado ainda. Então, as informações eram lançadas sem esses dados, que eram corrigidos depois, mas sem o alcance da imprensa. Nós resolvemos isso e é obrigatório agora todos os meses as unidades policiais atualizarem seus números. Então, nós estamos com os números atualizados”, pontuou.
Rui também afirmou que “desconhece essa restrição à informação”.
“Vou procurar saber. A gente faz uma reunião mensal do Pacto da Vida e os números são colocados de forma transparente e aberta. Estamos sendo muito rigorosos, inclusive a Bahia foi considerada nota 10 em transparência. Os números são colocados de forma transparente e aberta. A Bahia está entre os estados mais transparentes do país”, disse.
O governador também criticou a falta de padronização dos registros policiais, citando o estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que apontou que a Bahia tem quatro cidades entre as 10 mais violentas do Brasil.
“Ocorreu, por exemplo, um atentado que morreram cinco pessoas. Eles lançam como um homicídio com várias vítimas. Outro caso, aparece um rapaz boiando na lagoa com marcas de violência,a gente registra como homicídio e depois faz a investigação. Outros estados registram como morte a investigar. Não lança como homicídio. Aí diz que a Bahia tem mais homicídio que o Rio de Janeiro. Não tem. Com isso eu não tô dizendo que nosso dados são baixos não, são altíssimo“, comentou.
