O Operador do esquema de corrupção conhecido como Mensalão, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal. Nos anexos, ele citou políticos que têm foro privilegiado. Entre eles, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Por isso, o acordo, fechado após a negativa do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) à proposta de colaboração feita por Valério, depende de homologação do Supremo Tribunal Federal (STF).
A primeira proposta de delação de Valério continha 60 anexos e foi entregue em fevereiro deste ano à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte (MG). À época, o órgão informou, em nota oficial, que não tinha interesse em aceitar a colaboração.
Valério apresentou dados sobre desvios em contratos com os Correios, durante o governo Lula, e no Banco do Brasil, à época em que a DNA Propaganda, uma de suas empresas, era agência de publicidade do banco, durante o governo FHC. O empresário também relatou sobre esquema de caixa 2 gerenciado por ele para campanhas do PSDB em Minas, desvios em Furnas e pagamentos feitos por empresas como Usiminas e Andrade Gutierrez, em benefício de políticos influenciados por ele.
Valério contou, ainda, bastidores de uma ação para abafar a relação do Banco Rural com políticos tucanos no estado, durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios.