Acontece no próximo dia 25 de julho, às 18h, na Câmara Municipal de Salvador, uma sessão especial em homenagem ao Dia Municipal da Mulher Negra, ao Dia Internacional da Mulher Latina e Caribenha e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Coordenado pela vereadora Ireuda Silva (PRB), o evento também concederá o Prêmio Maria Felipa a mulheres negras que ocupem lugar de destaque na luta contra o preconceito e em prol da autoafirmação.
Entre as homenageadas estão as cantoras Margareth Menezes e Virgínia Rodrigues, a esteticista Negra Jhô, a estilista Najara Black, a líder comunitária Rose Meire dos Santos Silva, a pugilista Adriana Araújo, a jornalista Mia Lopes, a quituteira Iracema (Neinha), a voluntária social Gerusa Santos, a deputada federal pelo Rio de Janeiro Tia Ju (PRB), a embaixadora colombiana Gisela Perez Fonseca e a missionária Isa Reis.
“O Brasil, sobretudo a cidade de Salvador, ainda sofre diuturnamente com a discriminação racial, que segrega e mutila direitos fundamentais. Nesse contexto tão cruel e que ainda guarda resquícios da escravidão, as mulheres negras são duplamente vitimadas, já que o preconceito tem natureza racial e de gênero”, avalia Ireuda Silva.
“Desse modo, penso que este dia e este prêmio são o mínimo que podemos fazer para reafirmar o nosso posicionamento, mostrar que nós, mulheres negras, estamos aqui, que somos peças fundamentais da história do Brasil e da Bahia. E que lutamos constantemente para melhorar a realidade de todas nós”, completa a vereadora.
No evento, estarão presentes como convidadas especiais a ganhadora do concurso “A Mais Bela Gordinha da Bahia”, Renata Trindade, e Sheila Soares, que também participou da disputa.
A mesa contará com a participação da secretária de Promoção Social e Combate à Pobreza, Tia Eron, da vereadora Aladilce Souza (PCdoB), da coordenadora do Movimento Novas Felipas, Carol Machado, e da representante da Associação Maria Felipa, Tereza Coelho.
Maria Felipa
Maria Felipa de Oliveira foi uma marisqueira e pescadora que viveu na Ilha de Itaparica. Em 1823, ela lutou pela Independência da Bahia ao lado de Maria Quitéria e Joana Angélica, liderando um grupo composto por mais de 200 pessoas, entre as quais estavam índios tupinambás e tapuias, além de outras mulheres negras, nas batalhas contra as tropas portuguesas que atacavam a Ilha. Conta-se que o grupo foi responsável pela queima de pelo menos 40 embarcações portuguesas.