Em entrevista exclusiva ao Informe Baiano, o deputado federal Félix Mendonça Júnior, sétimo mais votado da Bahia, com mais de 130 mil votos, fez uma rápida avaliação sobre o atual cenário político e ainda falou sobre os boatos de que o seu partido, o PDT, no qual é presidente, estaria retornado para a base do prefeito de Salvador, ACM Neto. Confira abaixo.
Informe Baiano – É verdade a informação de que o seu partido estaria retornado para a base do prefeito ACM Neto?
Félix Júnior – Surgiram muitos boatos e essa informação não procede.
IB – Deputado, como é que o senhor está vendo o cenário nacional? O impeachment da presidente Dilma é inevitável?
FJ – É inevitável. Entre o dia 12 e dia 15 de maio deve acontecer a votação no Senado e com certeza, ela deverá sair com a votação muito superior do que é necessário. Porque nesta fase, é necessário que tenha 50% mais um. E já vai bater perto dos dois terços agora.
IB – O PMDB vai conseguir fazer com que o país volte a crescer?
FJ – Eu torço que sim, que o novo governo, ainda que provisório, que se acerte porque como está é a pior opção.
IB – E o partido do senhor, o PDT, como fica? Vai apoiar o novo governo, caso realmente se confirme o impeachment?
FJ – O nosso partido fechou questão pela legalidade, contra o impeachment. E agora, eu acho que o partido tem que seguir o que for melhor para o Brasil. Ou seja, uma linha de independência. Não precisa ser oposição por ser oposição e não precisa participar do governo por questões fisiológicas ou por outras questões. Então, o que temos que fazer? As coisas que são positivas, votar a favor e dar apoio. E o que a gente achar que não é bom para o Brasil a médio, curto e longo prazo, fazer oposição nesses casos. Então, uma posição de independência.
IB – Por exemplo, deputado?
FJ – Votar no princípio do partido. Ou seja, propostas que vão reduzir esses juros que estão aí, vamos votar a favor. Se vier uma proposta para que tenha um perdão das dívidas dos produtores agrícolas, aqui por exemplo no Nordeste, onde sofreram com a seca monstruosa, nós vamos estar juntos. Agora, se vier uma proposta para colocar o CPMF, aumentas os impostos, nós vamos ficar de lados opostos.
IB – O vice-presidente Michel Temer já procurou o partido?
FJ – Não, o vice-presidente mantém uma postura ética, algumas pessoas conversaram com ele. É natural conversar porque nós somos instituições. Ele vai ser presidente da República e o partido representa 19 deputados na Câmara Federal. Então, se ele procurar não é nada demais conversar com ele.
IB – Em relação a Salvador, como estão os andamentos da campanha do Pastor Sargento Isidório? Comenta-se nos bastidores que ele já ultrapassou 12% das intenções de votos.
FJ – Isidório precisa ser um pouco mais conhecido porque ele tem uma parte folclórica, uma parte que chama atenção pelo jeito dele de ser e que o povo gosta. E engraçado que o povo percebe nele a bondade e o trabalho. E isso, eu pude perceber quando eu visitei pessoalmente a Fundação Doutor Jesus. Eu passei quase um dia inteiro lá e vi um trabalho com mais 1.200 pessoas internadas. Um trabalho sério, de combate a dependência química, de drogas… É um homem abençoado por Deus. Então, não é todo mundo que faz um trabalho como o dele, não. As vezes me perguntam: você vai colocar um candidato que é doido? Eu digo: se todo doido fosse assim, vamos votar no doido.
IB – O senhor acredita que Isidório foi ex-homossexual, ex-drogado, ex-assaltante de banco?
FJ – Se é ele quem diz, quem sou eu pra duvidar.