Representantes e líderes do Candomblé não gostaram de ver o nome do acarajé, considerado patrimonial imaterial, batizado como nome de uma nova fase da operação Lava-jato da Polícia Federal. Só na Bahia, pelo menos duas mil mulheres trabalham vendendo o acarajé. O Informe Baiano resolveu consultar alguns membros de religiões de matriz africana sobre o assunto e foi constatado que a iniciativa não agradou. Rita Santos, presidente da Associação da Baianas de Acarajé ficou surpresa e ao mesmo tempo revoltada: “Vou entrar com uma representação no Minitério Público Federal. Não existe isso, não… Estão querendo queimar nossa imagem. Fazendo uma ligação da baiana de acarajé com Lava-jato? Que absurdo é esse? Eu fiquei sabendo agora”, disse.
O presidente da AFA-Associação de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia, Leonel Monteiro também opinou: “Para além do preconceito, é ligar uma iguaria votiva, sagrada, principal oferenda no Candomblé para a Orixá Yànsán, a algo ilícito, como noticiado, citando dinheiro sujo usando a palavra Acarajé”, afirmou Leonel Monteiro, presidente da AFA-Associação de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia.
Já Pai Valdemir de Iansã, que é o babalorixá do Terreiro Santa Bárbara de Lauro de Freitas, criticou a postura da Polícia Federal: “Completamente errado. Que eles usassem outro nome, mas não o nome do bolo sagrado que é o acarajé, prato principal de nossa mãe Iansã. Eles estão querendo denegrir o Candomblé, é? Eles deveriam procurar saber o significado do nome acarajé primeiro”, disse.