O heroísmo não precisa se basear em grandes feitos. No futebol, ele pode estar em pequenos atos. Na coragem de se colocar em uma dividida com o adversário, na elasticidade do goleiro para fazer a defesa, no sangue frio e oportunismo de um atacante ao mandar a bola nas redes. Neste domingo, o Vitória mostrou que, no mundo da bola, há heroísmo até nas derrotas. Na Arena Fonte Nova, o Bahia venceu o clássico que decidiu o título do Campeonato Baiano 2016 pelo placar de 1 a 0, com gol de Feijão. Não foi suficiente para reverter a vantagem rubro-negra, construída na última semana, no triunfo por 2 a 0 no Barradão. Após dois anos de jejum, o Leão voltou a conquistar um troféu.
Para o torcedor rubro-negro, há heróis à vontade, apesar da má atuação do time. Caíque fez defesas importantes e evitou que o Bahia conseguisse construir a vantagem desejada para ficar com o título baiano. Marinho se dedicou e correu tanto para marcar quanto para puxar contragolpes. Cão de guarda, Amaral segurava como podia as investidas da equipe tricolor.
Do lado do Bahia, também houve heróis. Apesar da chance desperdiçada em voltar a conquistar um tricampeonato estadual – a última sequência de títulos ocorreu entre 1986 e 1988 -, o time de Doriva se portou bem e conseguiu encerrar um jejum de dois anos sem triunfos em Ba-Vi’s.
Finalizado o Campeonato Baiano, os dois times voltam as atenções para competições nacionais. O Bahia estreia na Série B contra o Avaí, no próximo sábado, às 21h (horário de Brasília), na Arena Fonte Nova. No dia seguinte, o Vitória faz a primeira partida na Série A diante do Santa Cruz, no Arruda, às 11h.
O jogo
A partida começou nervosa. Com um minuto de jogo, o volante Amaral estava pendurado com o cartão amarelo. Com a necessidade do triunfo, o Bahia buscava o ataque com jogadas pelas laterais de campo. Fora de suas características, o Vitória se defendia e perdia campo de ação. À base da insistência, o Tricolor abriu o placar aos 20 minutos. Thiago Ribeiro cruzou para a área e Feijão, como homem surpresa e meio desajeitado, completou para o fundo das redes. Na comemoração, houve confusão entre os reservas dos dois times, o que resultou nas expulsões do goleiro Jean, do preparador de goleiros do Bahia, Thiago Mehl, e do médico rubro-negro Felipe Fernandes.
O gol empolgou o time treinado por Doriva. Moisés fazia boa partida defensiva e impedia as ações de Marinho e Vander. O Bahia seguia no campo ofensivo e pressionava o Vitória. Nervosa, a equipe de Vagner Mancini pouco ameaçava. Em um dos raros ataques do Leão, Vander dividiu com Lomba, que reclamou ter levado um chute. Éder tomou a frente do goleiro e discutiu com o atacante. Nova confusão, mas desta vez sem expulsos.
Pressionado, o Vitória voltou a se postar como no primeiro tempo. Bastante recuado, sequer conseguia acertar contra-ataques. Jogando por um gol, o Bahia atacava de todas as maneiras possíveis, mas esbarrava nos detalhes. Nos minutos finais, parecia faltar pernas ao time de Doriva. Foi quando a torcida tentou dar novo fôlego e entoou o grito de “eu acredito”. O gol teimava em não sair, e sobrou espaço para nova confusão. Lucas Fonseca e Diego Renan foram expulsos após se agredirem. Norberto e Dedé, que estavam no banco, também receberam cartões vermelhos. Após o apito final, os jogadores do Vitória foram comemorar com a torcida, mas a festa foi interrompida por mais uma briga. O zagueiro Victor Ramos chegou a retirar a bandeirinha de escanteio para tentar agredir um atleta tricolor. Os dois times precisaram ser apartados para que, enfim, o título pudesse ser comemorado.
Assista aos melhores momentos do jogo:
https://www.youtube.com/watch?v=CfKqC145C60
…
Fonte: GloboEsporte.com