Sai Dilma, entra Temer; coxinhas e mortadelas ainda batem boca país afora; e a Lava Jato continua a acabar com a tranquilidade dos políticos, sejam eles de direita ou de esquerda. A sensação de que o país encontra-se estagnado em uma crise interminável é traduzida nos números apresentados no mais recente levantamento do instituto Paraná Pesquisas. A maioria dos entrevistados reprova o governo Michel Temer (como também desaprovava a gestão Dilma) e acredita que o Brasil trocou seis por meia dúzia ao ter um novo mandatário no Palácio do Planalto. Outro dado que chama a atenção é a altíssima rejeição à volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder.
De acordo com a pesquisa, 55,4% dos entrevistados reprovam a administração de Temer, enquanto 36,2% acreditam que ele faz um bom governo. O restante dos entrevistados não soube responder ou não opinou. A impopularidade não é exclusiva do peemedebista. Em dezembro, a avaliação negativa da agora presidente afastada Dilma Rousseff era de 86,5%, segundo o mesmo instituto.
Entre 11 e 14 de junho, os pesquisadores ouviram 2.004 pessoas, em 162 municípios espalhados por 24 unidades da Federação. A ideia era questionar como a população avaliava, de forma geral, o início do governo Michel Temer. E um dado que se sobressaiu foi a comparação entre a atual gestão e a de Dilma. Para 48,8% dos entrevistados, o governo de Temer é igual ao da petista; enquanto 28,9% acreditam que está melhor; e 16,9% veem a administração interina como pior do que a da antecessora.
No quesito “corrupção”, a percepção também é a de que nada mudou: 74,4% das pessoas acreditam que esse crime continuou no mesmo patamar do governo Dilma. Para 11,8%, a prática criminosa diminuiu. Outros 9,6% dizem que aumentou. O restante não opinou.
Eleições
O Paraná Pesquisa questionou ainda,em quem os entrevistados votariam para presidente. Foram apontados os nomes de Lula, da ex-senadora Marina Silva (Rede), do senador Aécio Neves (PSDB-MG), do ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Entre as opções sobre em quem, “com certeza”, o eleitor votaria para a Presidência da República, Lula e Marina estão na dianteira praticamente empatados, com 10,3% e 10,1%, respectivamente. Logo depois vêm Aécio (8,5%), Serra (6,6%) e Alckmin (6,3%).
No entanto, o petista lidera com folga quando o assunto é rejeição — 73,4% dos entrevistados disseram que não votariam em Lula “de jeito nenhum”. O ex-presidente é seguido por Geraldo Alckimin, com 62%; Aécio Neves, com 61,9%; José Serra, com 58,2%; e Marina Silva com 57,5%.
