“Sexta-feira a noite ela acordou pedindo água e quando eu fui dar água a ela começou a endurecer, ficou pálida, com a boca roxa, e depois ela desmaiou. Ela apagou. Ai quando ela voltou a si, ela ficou tesa e a gente correu para a policlínica. Parecia que estava tendo uma crise convulsiva. Aí eu cheguei e falei que minha filha estava tendo convulsão em casa, a moça da recepção mandou um rapaz fazer a ficha e mandou a gente esperar porque o pessoal estava tomando café.Aí eu falei que minha filha não podia esperar, ai ela disse: ‘Deixar aparecer alguém aqui que eu mando atender ela’. Passou ela na triagem e ficou esperando um médico ou enfermeira aparecer. Eu não esperei, peguei ela e entrei já falando alto, que ela estava tendo convulsão, e não tinha como esperar, que ela é uma criança. Ai veio uma enfermeira, olhou se ela estava com febre. Depois veio a médica, olhou, passou um remédio e colocou ela no soro. Quando colocou ela no soro, ela deu convulsão de novo lá e eu gritei. Ai ela tinha voltado. Quando foi umas 4h da manhã ela acordou e pediu pra fazer xixi e quando eu sentei ela no vaso, ela disse: ‘Mamãe’, e caiu pra trás, endurecendo de novo e toda pálida. Eu saí correndo pelo corredor da policlínica com ela no colo, socorro, socorro, e aí veio a médica e colocou ela na sala vermelha, no soro de novo. A médica pediu exame de sangue e a enfermeira disse que ele não iria fazer porque já tinha saído. Aí a medica pediu para ele voltar com urgência. Demorou um pouquinho e ele voltou. Levou o sangue dela para fazer análise e a gente só veio ter o resultado às 10h do outro dia, porque às 7h não tinha sido analisado ainda. Quando o exame chegou já tinha no papel, dengue tipo C. Foi aí que a médica disse que iria transferir ela para o Hospital Estadual da Criança, porque a plaqueta estava muito baixa. Chegando no HEC fizemos a ficha, o médico, só examinando ela disse que o caso era grave”, denunciou ao site Acorda Cidade Saionara Brito dos Santos, mãe de Samile, de apenas 5 anos.
A suspeita é que a garotinha morreu de dengue. O caso aconteceu na última segunda-feira (29/04), na cidade de Feira de Santana, distante cerca de 110 km de Salvador. A criança morava no Conjunto George Américo e começou a apresentar os sintomas da doença no dia 23 de abril. Ela chegou a ser encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento do bairro Mangabeira duas vezes, além da policlínica do George Américo. Por último, foi internada no Hospital Estadual da Criança (HEC), mas já era tarde e ela não resistiu.
Dados da Vigilância Epidemiológica, da Secretaria Municipal de Saúde, de 1º de janeiro a 30 de abril, apontam que já tinham sido notificados 5.976 casos de dengue, e deste total foram confirmados 1.511. Em um total de 12 mortes, seis tiveram confirmação da dengue, as outras estão sendo investigadas.