Uma análise feita por um grupo de especialistas e apresentada nesta quarta-feira (17/07), em Salvador, pelo ex-ministro Ciro Gomes, aponta que a taxa de mortes violentas no Brasil diminuiu consideravelmente nos seis primeiros meses de 2019 em relação ao mesmo período dos últimos 6 anos. Os dados apresentados são baseados no Observatório Trabalhista, ferramenta criada para acompanhar os principais indicadores da economia e demais setores brasileiros. Segundo Ciro, a plataforma de avaliação trimestral reúne números oficiais e cifras corrigidas, comparando o primeiro semestre do atual governo com o mesmo período de outros governos.
De acordo com o estudo, de janeiro a junho, foram registrados 14.373 homicídios no país. Nos 6 primeiros meses do ano passado foram 57.749 vítimas, enquanto em 2016 o número foi de 61.597. Já em 2014, foram 59.730 assassinatos de homens. Os números em relação a femicídios e feminicídios ainda não foram atualizados.
Apesar da redução significativa, Ciro afirmou que “Bolsonaro executou o pior investimento em segurança pública na história do Brasil” em 2019 com R$3,1 bilhões nos seis primeiros meses. O valor é o mesmo de 2016, no pior momento do governo do PT.
Questionado pelo Informe Baiano sobre a motivação da redução de homicídios, o político disse que “os especialistas não sabem ainda qual é a melhor explicação”.
“Certamente, não é uma política pública federal, pois você viu demonstrado que o orçamento diminuiu ao menor volume da história”, pontuou o líder do PDT, que citou o caso do Ceará no ano passado, quando o Estado viveu 15 dias de terrorismo e o “governador resolveu, corretamente, com nosso grande apoio, enfrentar as facções criminosas”.
“Nós conseguimos transferir mais de 40 chefões das facções criminosas para presídios federais graças a autorização do presidente Bolsonaro. E portanto lá, nós não temos a menor dúvida que a queda mais aguda que aconteceu também teve importante contribuição dessa iniciativa federal que nós pedimos”, disse Ciro ao IB.
Presidente do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública (Consesp), o secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Teles Barbosa, fez analisou a situação exposta por Ciro Gomes. Barbosa disse ao Informe Baiano que “a diminuição das mortes violentas no Brasil, em 2019, é reflexo do trabalho incansável das forças estaduais de segurança, sem esquecer dos apoios incondicionais das polícias Federal e Rodoviária Federal que se desdobram mesmo sofrendo com a escassez de efetivo, equipamentos e recursos”.
“Importante também lembrar que o decréscimo dos homicídios se iniciou em 2018, comprovando não ter qualquer relação com a mudança de governo. Nestes seis primeiros meses de 2019 nenhuma ação efetiva do Governo Federal foi desempenhada. Formulamos um Plano Nacional de Segurança Pública, no ano passado, após estudos e debates e até o momento não foi colocado em prática. Os estados são cobrados quando os crimes acontecem e merecem o reconhecimento pela redução. Temos que valorizar os esforços, mesmo neste momento de crise econômica, das federações que seguem investindo em efetivos, tecnologia e estruturas. Importante deixar claro que continuamos sem receber recursos da União e aguardamos ansiosamente o pleno funcionamento do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), construído e pautado por nós, secretários estaduais”, finalizou o secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Teles Barbosa.