A abertura da 3ª edição da Virada Sustentável Salvador foi realizada na manhã desta sexta-feira (8), no Teatro Vila Velha, em Salvador. Neste ano, a inciativa apresenta ao público o tema ‘O Centro Pulsa – a vida em Movimento’. Com essa premissa, a programação se distribui entre o Centro Histórico de Salvador, Campo Grande, Parque da Cidade, Nordeste Amaralina e Comércio.
Além desses cinco pontos principais, as atividades se estendem para outras localidades que, segundo a organização, estão nas bordas deste Centro Pulsante. Serão 300 atividades gratuitas, abertas ao público e distribuídas em 50 espaços diferentes, até o próximo domingo (10). A Virada Sustentável Salvador reúne 120 correalizadores, que são os proponentes dos projetos aprovados.
Segundo a gestora e curadora da Virada, Alice Barreto, o evento é baseado no tripé cultura, educação e mobilização social. “A proposta é entender a sustentabilidade de forma integrada à vida humana e ao meio ambiente como um grande ecossistema. É um convite à reflexão sobre o que cada um de nós pode assumir para viver em equilíbrio e com sustentabilidade. Convidamos a população para viver a cidade e o centro antigo com expansão para as bordas e periferias da cidade. Tem muita coisa legal acontecendo”, afirmou.
A programação completa está disponível no site da Virada Sustentável Salvador, com atualização diária. O evento tem correalização do Instituto Sustentável e da Rede AMO de Comunicações Socioculturais e o Governo do Estado entre seus patrocinadores. A presença da gestão estadual ocorre por meio do Programa Estadual de Incentivo ao Patrocínio Cultural (Fazcultura) e envolve as secretarias da Fazenda (Sefaz) e de Cultura (Secult).
O coordenador de música da Fundação Cultural do Estado (Funceb), Ricardo Rosa, destacou que “a Virada tem um compromisso social que é muito forte e trata dessa conquista do engajamento sociocultural com o centro da cidade. Apoiamos da forma mais abrangente possível. O governo, a partir da Secult, também concedeu o apoio institucional de todas as suas filiadas, como a Fundação Cultural e o Ipac. Queremos proporcionar a maior diversidade cultural possível, com todas as linguagens artísticas interagindo entre si”.
Neste primeiro dia, o Teatro Vila Velha recebeu o painel ‘Desafios e Avanços para alcançar as Metas da Agenda 2030 da ONU’, com foco na discussão sobre a questão climática. A ação teve a participação da Braskem, representada pelo diretor de desenvolvimento sustentável da empresa, Jorge Soto.
“Decidimos apoiar esse evento porque a sustentabilidade é um grande desafio, e as empresas devem se engajar positivamente em busca de soluções. A Virada é uma forma de engajar outras partes interessadas e fazer algo coletivamente de grande impulso. Da década de 80 para hoje, o número de eventos climáticos mais fortes, como furacões, saiu de 400 para 800 e quem sofre com isso é população. Por isso, é necessária essa integração”, disse Soto.
Oficina sobre presença feminina no Centro
A Virada Sustentável Salvador levou uma oficina criativa para o Centro Estadual de Educação Profissional Isaías Alves (antigo Iceia), no bairro do Barbalho, com a temática ‘O Feminino no Centro’. A atividade foi desenvolvida pelo Coletivo Plurais e lançou olhar sobre a presença das mulheres no cotidiano do centro da capital baiana. De acordo com a organização, a ação está baseada em quatro objetivos que constam entre as metas da Agenda ONU 2030: Educação de Qualidade, Igualdade de Gênero, Redução das Desigualdades e Paz e Justiça.
Uma das idealizadoras do Coletivo Plurais, Maria Luísa Gouveia, explicou a proposta. “A ideia é perceber como as mulheres, em sua pluralidade e diversidade, podem lutar juntas por uma sociedade cada vez mais igualitária e respeitosa. Quando a gente traz essa oficina para dentro de uma escola pública, no centro da cidade e com variados perfis de estudantes, é justamente para propor essa reflexão de quem são as referências de mulheres que eles têm no centro da cidade, em suas vidas, e como isso constrói uma história na qual eles são protagonistas. A proposta do Coletivo é trazer a pluralidade como transformadora do ambiente no qual eles estão inseridos”.
A estudante Gilcélia Calmon aprovou a ideia. “Foi um dialogo dinâmico e no qual ficamos muito confortáveis para expor nossas ideias e também aprender e entender aspectos dessa presença da mulher na sociedade, que nunca tínhamos refletido antes. Foi muito bacana”, avaliou.