Uma rinha de cachorros na noite de sábado (14/12) em Mairiporã, na grande São Paulo, terminou com 41 pessoas presas, inclusive, um médico e um veterinário. Os cães recebiam treinamentos de atletas, com seleção genética, treinos físicos e alimentação especial. Foram 19 cachorros pit bull resgatados pela polícia durante o evento, que é internacional.
Até “churrasco” com a carne dos cachorros mortos era consumida pelo próprio público e organizadores.
A investigação começou com a Polícia Civil de Curitiba, a partir da denúncia de que um criador da capital e um treinador de cães de São José dos Pinhais eram quem forneciam alguns dos cães para um campeonato internacional de brigas da raça pit bull. Agora responsável pela investigação, a Polícia Civil de São Paulo vai entrar em contato com agências internacionais para prosseguir a apuração.
Entre os detidos, estão um americano que atuava como árbitro das rinhas, um peruano e um mexicano. Também foram presos em Mairiporã um médico e um policial militar, além de um médico veterinário que tinha a tarefa de reanimar os cães muito feridos para continuarem lutando.
“Ano passado a disputa foi na República Dominicana, esse ano no Brasil e ano que vem provavelmente seria em outro país. Eles eram extremamente organizados. Na camiseta do evento tinha a pesagem de cada animal. As apostas, além de físicas, também eram feitas pela internet, em grupos fechados do mundo inteiro”, relatou o delegado Matheus Layola, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) do Paraná.
A competição tinha o nome de Circuito Internacional 4 x 4. Havia premiação com troféu e dinheiro, apostas online e até separação de categorias entre machos e fêmeas. Na última edição da rinha em outubro, na República Dominicana, um cachorro paranaense venceu a disputa. “Temos informação de que queriam comprar este animal por R$ 50 mil, mas o criador não vendeu”, afirma o delegado. De acordo com delegado, um cachorro campeão poderia chegar a custar R$ 200 mil – o preço de um carro de luxo.
Os animais resgatados estão em São Paulo sob cuidados de ONGs de proteção animal. “Pelas imagens, dá para ver que eles são extremamente dóceis com humanos. A gente chegava perto, eles ficavam com os rabinhos abanando, mesmo bastante machucados. Mas se colocar esses cachorros perto de outros animais, eles se matam”, concluiu o delegado paranaense.
Os criminosos foram presos em flagrante, mas já estão soltos e vão responder por associação criminosa, maus-tratos contra animais com agravante de morte e jogo de azar.