O Irã libertou temporariamente cerca de 85 mil prisioneiros, inclusive políticos, em reação à epidemia de coronavírus, informou um porta-voz do Judiciário nesta terça-feira (17).
O número de mortes provocadas pelo coronavírus no país chegou a 988, e um total de 16.169 infecções foram confirmadas, em um dos piores surtos da doença fora da China, onde o novo vírus surgiu.
“Até agora, cerca de 85 mil prisioneiros foram soltos. Além disso, adotamos medidas de precaução nas prisões para confrontar o surto”, disse o porta-voz do Judiciário, Gholamhossein Esmaili.
Ele não detalhou quando os presos libertos terão que voltar às celas.
Um dia depois de o Irã libertar 70 mil prisioneiros no início de março, o relator especial das ONU para os direitos humanos no Irã, Javaid Rehman, disse que pediu para Teerã soltar todos os prisioneiros políticos temporariamente de suas prisões superlotadas e infestadas de doenças para ajudar a conter a propagação do coronavírus.
Rehman disse que só aqueles que cumprem penas menores de cinco anos foram libertados, enquanto detentos com penas maiores e aqueles responsabilizados por participarem de protestos anti-governo continuaram presos.
O Irã soltou ao menos uma dúzia de prisioneiros políticos nos últimos dias, de acordo com ativistas e grupos de direitos humanos, mas prisioneiros políticos destacados permanecem trancafiados.