A deputada estadual Kátia Oliveira (MDB) protocolou, nesta quinta-feira (19), um ofício na Embasa solicitando ações imediatas para resolver o problema da falta de água em diversas cidades da Região Metropolitana de Salvador (RMS). A parlamentar ressalta que a falta de água coloca em risco a população diante do avanço da pandemia de coronavírus no Brasil e no estado. Ela defende, inclusive, uma intervenção do governador Rui Costa (PT) para que o problema seja solucionado.
“Em um tempo de alerta para a higiene pessoal, temos que sensibilizar o poder público para uma maior atenção às necessidades básicas. Não é possível que uma pessoa fique sem poder tomar banho, cozinhar alimentos adequadamente e ter uma higiene adequada em tempos como esse. Com a falta de água, não se pode nem lavar as mãos, que é uma recomendação fundamental da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a prevenção do vírus. A Embasa deve travar um plano para atender às demandas no menor tempo possível para evitar a disseminação da doença no estado”, afirmou a deputada.
A parlamentar diz que, em Simões Filho, por exemplo, o problema já se arrasta há meses com um abastecimento de água irregular. Ela também solicitou atenção para outras cidades do interior que passam pela mesma situação. “Não podemos aceitar mais isso. Devemos estar alertas para a higiene e, assim, evitar ao máximo a transmissão”, salientou.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em relatório publicado em 2013, somente 65% da população residente no Município de Simões Filho é atendida por sistemas de abastecimento de água. Cerca de 40 mil moradores da cidade não tem acesso a água tratada e encanada. “Se para quem tem água já está difícil, com desabastecimento, imagina para essas 40 mil pessoas que nem acesso tem”.
Na Assembleia Legislativa da Bahia, Kátia Oliveira tem apresentado propostas solicitando à Embasa melhorias nos serviços de abastecimento em diversas regiões do estado. Em Simões Filho, por exemplo, ela já havia pedido obras para melhorar o sistema de abastecimento na sede e nas localidades de Góes Calmon, Pitanga de Palmares, Palmares, Alto do Aipim, Cotegipe, Santa Luzia, Fazenda Baixão e Dandá.
Nota da Embasa
Diante das medidas restritivas e das orientações para conter a proliferação do Coronavírus no país e a preocupação da população de Salvador e RMS em relação à regularidade do abastecimento de água, a Embasa informa que os técnicos da empresa estão vistoriando todos os pontos que foram objeto de denúncia de falta de água nos canais de atendimento ao cliente, nas mídias sociais oficiais da empresa e na mídia noticiosa.
O sistema integrado de abastecimento de água de Salvador e de algumas cidades da RMS (Lauro de Freitas, Simões Filho, São Francis do Conde, Candeias e Madre de Deus) está funcionando normalmente sem ocorrências operacionais que provoquem falta de água sistêmica em grandes áreas. As denúncias que a empresa tem recebido são decorrentes de problemas pontuais na rede distribuidora de alguns logradouros. Nesses casos, a empresa tem trabalhado para garantir o restabelecimento do serviço com a maior brevidade possível e garantido o abastecimento alternativo por carro-pipa, com prioridade para postos de saúde e, em seguida, para clientes residenciais.
No entanto, a empresa tem recebido muitas denúncias de falta de água decorrente de problemas em equipamentos da rede hidráulica interna do imóvel. Diante destas situações, a empresa orienta a população que, antes de procurar os canais de atendimento e a mídia social oficial da empresa, assim como os meios de comunicação, para denunciar falta de água, verifique o funcionamento dos registros internos, da boia do reservatório, se certifique se os vizinhos estão recebendo água e verifique se a rede hidráulica do imóvel está adequada para receber a água que é fornecida no hidrômetro com pressão suficiente para alimentar um reservatório domiciliar no nível de primeiro pavimento.
Imóveis com mais de um pavimento devem prover sua rede interna de um reservatório no nível do térreo com bomba para elevar a água até o reservatório superior, situado no último pavimento, como determina a normatização técnica vigente no país.
