Guerra entre bolsonaristas dá ainda menos chances de sucesso a qualquer candidato a prefeito em Salvador
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta semana que não apoiará nenhum candidato nas eleições municipais e deve deixar em situação difícil quem ainda mantém apoio a ele, principalmente no Nordeste, onde o então candidato foi vencido com boa vantagem por Fernando Haddad. Em Salvador, o único pré-candidato a prefeito que diz apoiar Bolsonaro é o vereador Cézar Leite, eleito pelo PSDB, mas hoje no PRTB – o novo partido de Leite, apesar de ser a sigla que abriga o vice-presidente Hamilton Mourão, continua sendo nanico.
Sem apoio do presidente, Cézar Leite encontrará muita dificuldade para fazer crescer seu nome, que sequer é unanimidade entre os bolsonaristas da Bahia que, ainda hoje, numa guerra de cards apócrifos que são evidenciados nas redes sociais, vivem uma autofagia. Aliás, são parecidos com o próprio presidente que, desconfiado de tudo e de todos, é capaz de perseguir a própria sombra e conseguiu destruir a própria base no Congresso, abrindo espaço para o famigerado Centrão – essa aliança com Waldemar Costa Neto, Roberto Jefferson e outros notórios mensaleiros seria uma saia justa para Leite.
Um outro ponto, uma característica de Salvador, é também desvantagem para Leite: ainda que ele tivesse o apoio declarado de Bolsonaro, o cenário político nacional pouco influi nos pleitos realizados na capital baiana. Mesmo governando o Brasil entre 2003 e 2016 e a Bahia desde 2007, o PT não conseguiu eleger prefeitos em Salvador: viu João Henrique ser eleito e reeleito em 2004 e em 2008, o que também se repetiu nas eleições de 2012 e 2016, quando ACM Neto venceu. Ou seja, o cenário é, no mínimo, difícil para quaisquer candidatos que apoiem Bolsonaro em Salvador.
O Informe Baiano tentou ouvir o vereador Cézar Leite, mas ele não atendeu e não retornou o contato.