A mãe de santo Zita de Serrinha, 69 anos, completa neste sábado (11/07), 42 anos de vida religiosa. Devido à pandemia do coronavírus, não vai ocorrer festa, porém, a líder religiosa prepara um ritual com portas fechadas.
“Infelizmente não vai ser possível fazer um grande evento, pois precisamos respeitar as medidas adotadas pelas autoridades e também ter todo cuidado com a saúde. Afinal, essa doença é muito séria, matou mais de 60 mil pessoas, somente no Brasil. Mas eu tenho certeza que com a força dos Orixás vamos superar esse momento difícil e a humanidade sairá ainda mais fortalecida”, opinou Mãe Zita.
Terezinha dos Santos Félix, seu nome de batismo, nasceu no estado de Minas Gerais e perdeu a mãe na adolescência. Desiludida, veio para a Bahia com 18 anos e conheceu seu marido, o Tata D’inkise. João Félix
“Quando eu era pequena minha vó e minha mãe gostavam muito de frequentar terreiros de candomblé. E eu queria participar, mas era proibido a entrada de criança. Mas mesmo assim, sempre quando dava, eu olhava escondida pela porta. Eu tenho 7 irmãos, mas nenhum se interessou pela religião. Aí quando eu vim para a Bahia, bem nova, comecei a frequentar os terreiros. E sempre ao lado do meu marido Tata d’ inkise. Foi ele que me deu esse grande apelido, Mãe Zita”, lembrou.
“Quando eu cheguei em Serrinha fiz a minha iniciação com senhor Tatá Pedro Francisco de Oliveira, conhecido como Painho, do Terreiro da Tumba Jussara. Fui iniciada pelo inkise Kavungo em 1977”, pontuou.
Mãe Zita acrescenta que não lembra detalhes sobre sua “feitura, mas tudo foi planejado pelo próprio santo. Mesmo saindo de Minas Gerais, inkise Kavungo ordenava meus passos. Para os que estão chegando agora, tenham pensamentos firmes e fortes perante sua vida dentro do Candomblé e respeitem seus ancestrais. Sejam corretos”, concluiu a mãe de santo.
