O ex-nazista Bruno Dey, 93 anos, foi condenado pelo Tribunal de Hamburgo, na Alemanha, por envolvimento em 5.232 homicídios e tentativas de assassinato durante a Segunda Guerra Mundial. O criminoso atuava como guarda no campo de concentração de Stutthof, na Polônia, entre agosto de 1944 e abril de 1945. Na época, ele tinha 17 anos.
Por não ter atingido a maioridade quando cometeu os crimes, ele foi julgado por uma corte juvenil. A Justiça alemã o condenou a dois anos de prisão, mas devido à sua atual idade avançada, teve o cumprimento da pena suspenso. Portanto, o bandido não ficará preso.
Stutthof foi o primeiro campo de concentração nazista construído fora da Alemanha e foi criado em 1939. Inicialmente era destinado a presos políticos poloneses. Posteriormente, recebeu cerca de 115 mil deportados, muitos deles judeus. Pelo menos 65 mil pessoas foram mortas no local, conforme informações publicadas no site do museu de Stutthof.
A maioria das pessoas foi assassinada com tiros na cabeça ou por meio de gases letais, conforme os promotores do Tribunal de Hamburgo .Durante o julgamento, Dey reconheceu o período como guarda em Stutthof, mas disse que não teve escolha.
“Gostaria de pedir desculpas a todas as pessoas que passaram por esse inferno de insanidade, e a seus parentes e sobreviventes”, disse Dey.
O número de suspeitos pelas mortes de mais de 6 milhões de judeus durante o Holocausto nazista está diminuindo. Dezenas de milhares de potenciais culpados-guardas, comandantes, médicos, burocratas e soldados morreram como membros respeitados de suas respectivas comunidades não enfrentaram o tribunal ou a prisão.
O julgamento de Bruno Dey é, provavelmente, um dos últimos sobre os crimes cometidos pelo Terceiro Reich. Uma condenação histórica em 2011 abriu caminho para mais processos, pois era a primeira vez que trabalhar em um campo era motivo suficiente de culpabilidade, sem provas de um crime específico.
