O resultado das eleições municipais de 2020 mostrou a perda de força do PT e o quase sumiço do bolsonarismo na Bahia (cenário observado também em todo o país). Em 2018, a chamada “onda Bolsonaro”, na Bahia, foi somente uma marola, já que o presidente teve pouco mais de 27% no segundo turno. Neste ano, poucos prefeitos eleitos na Bahia associaram a imagem à do presidente.
Após quase dois anos de governo e uma série de crises gestadas pelo próprio Jair Bolsonaro, a influência dele tornou-se ainda menor no estado e a consequência foi verificada nas urnas. Em Luís Eduardo Magalhães, o Comandante Rangel (PL) foi candidato a prefeito, mas só obteve 567 votos; o eleito foi Junior Marabá (DEM), com 59,29% dos votos (29.982) – em 2018, Rangel havia sido candidato pelo PSL ao Senado.
Quem também tentou surfar na popularidade do presidente foi o vereador David Salomão (PRTB), que tentou eleger-se prefeito em Vitória da Conquista. Salomão teve 3,12% dos votos e teve que assistir de longe à disputa do segundo turno entre Herzem Gusmão (MDB) e Zé Raimundo (PT). O vereador sequer conseguiu eleger os dois candidatos a vereador que carregaram seu nome: Gean de Salomão teve 51 votos; e Jadiel Salomão, 453.
Salvador
Salvador foi a única cidade que elegeu um vereador que trouxe em sua campanha o nome do presidente Jair Bolsonaro: Alexandre Aleluia (DEM) foi o sexto mais votado da cidade, com 10.154 votos. Mas uma ressalva é importante: Alexandre nasceu na política, conhece muito bem Salvador e suas lideranças, além de ter um forte trabalho nas comunidades mais populares, o que não é uma característica do bolsonarismo. Também teve a força do prefeito eleito Bruno Reis (DEM) para alavancar sua campanha.
O uso do nome do presidente e o da deputada estadual Talita Oliveira (PSL) também não foram suficientes para eleger Walter Peixoto (DC), que teve somente 1.731 votos. Peixoto é esposo de Talita. Também não foi eleito pelo DC o candidato Alexandre Moreira, que teve desempenho melhor que o do esposo de Talita: alcançou 2.186 votos. Ambos ajudaram a reconduzir à Câmara o vereador netista Sabá, que soube usar bem os legendários e obteve 4.830 votos.
Outro bolsonarista que não teve sucesso foi Leandro de Jesus (PRTB), que assinalou 3.912 votos. Como se diz na Bahia, quem teve ou quis ter Bolsonaro como cabo eleitoral, não se criou.