O deputado federal Igor Kannário demonstrou preocupação com a parada do Sistema de Trens do Subúrbio Ferroviário de Salvador, que é responsável por transportar diariamente 14 mil passageiros e liga os bairros de Paripe e Calçada. O governo baiano anunciou que a partir do dia 15 de fevereiro começa uma nova fase das obras do Veículo Leve de Transporte (VLT) e o sistema vai deixar de operar. Com isso, 11 linhas do Sistema Integrado de Transporte Coletivo que fazem percurso similar, integral ou parcialmente, ao trajeto realizado pelo trem, serão utilizadas pela população. O prazo inicial de conclusão das obras é de 24 meses.
O parlamentar questionou, nesta quinta-feira (28), em entrevista ao Informe Baiano, “como ficarão os mais pobres diante dessa situação, já que as pessoas pagam pela passagem do trem atualmente 50 centavos?”.
“A passagem sobe para R$ 4,20 ou o governo vai subsidiar esse valor? R$4,20 é muita coisa para quem está desempregado. Com R$4,20 a pessoa que vai procurar emprego faz muitas coisas: compra pão, toma café e ainda pega o trem de 50 centavos para ir e voltar. Como vão ficar os desempregados? O favelado não pode vai pagar mais esse ônus”, disse Kannário que ressaltou ainda não ter “nada contra a obra”.
“O investimento é importante, vai gerar emprego e vai aumentar o percurso, mas tem que pensar também em como ficarão as pessoas agora, neste momento. O subúrbio tem 22 bairros e é onde moram os mais pobres e quem tem menor poder de compra”, finaliza Kannário.
Conforme o Governo do Estado, o novo modal terá capacidade de transportar cerca de 170 mil usuários por dia, entre o Comércio, em Salvador, e a Ilha de São João, no município de Simões Filho, beneficiando, diretamente, 600 mil moradores da região. O VLT contará com investimento de R$2 bilhões e ocupará o atual traçado da ferrovia, pois é no local que serão construídos os pilares do elevado do modal.
