Por séculos, elas não tiveram direitos e viviam excluídas… Eram tratadas como uma sombra do homem, mas com o passar dos anos esse cenário preconceituoso vem mudando. Hoje, as mulheres ocupam 43% do mercado de trabalho formais no Brasil, segundo dados do IBGE. O estudo aponta ainda que elas vem realizando serviços tradicionalmente feitos por homens. E esse é o caso da motorista de transporte escolar Kátia Freitas. Figura irreverente e batalhadora, ela procura ser sempre simpática por onde passa. Atua na região do Imbuí e inicia a jornada de trabalho 5h30 e termina 20 horas: “Agora está mais tranquilo, mas não é fácil, não. Eu pego no pesado mesmo. Entro debaixo de carro pra consertar, troco pneu. É dureza! Quando eu trabalha na Ford as pessoas olhavam assim meio diferente. É ela mesmo que vai dirigir? Duvidavam”, conta.
Kátia tem dois filhos, é divorciada e atua neste ramo há 25 anos. Ela foi uma das primeiras pessoas em Salvador a trabalhar com Transporte Escolar: “Eu tinha uma Belina velha e depois uma Ipanema. A gente fazia transporte com carro pequeno ainda e eu ganhava muito dinheiro. Logo depois veio a época das Bestas e como eu tinha uma buzina diferente, aí os meninos todos queriam ir comigo. Isso era uma forma que eu encontrei de chamar mais atenção. Hoje, infelizmente está mais complicado.”, disse
Sobre o preconceito, ela afirma que diminuiu não enfrenta mais esse problema: “Está até mais favorável. Antigamente tinha aquela coisa de mulher não sabe dirigir direito. Hoje é nítido que as mulheres sabem lidar melhor com as crianças. E os cursos também ajudam muito. A sensibilidade da mulher é um diferencial e não tenha dúvida que as mulheres dirigem melhor que os homens. Somos mais atenciosas e cuidadosas”, finalizou.