O deputado estadual Soldado Prisco considerou “prematura e governista” a apuração do Inquérito Policial Militar (IPM) da morte do soldado Wesley Góes, em março na Barra, e pedirá à Justiça que aceite a perícia particular contratada pela Associação dos Policiais e Bombeiros Militares e seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra).
Em relação a conclusão de que a atividade executada pelo soldado Wesley, não teve relação com a morte dele, o parlamentar rebateu informando que “as péssimas condições de trabalho na unidade onde militar trabalhava, a sobrecarga de trabalho, aliados a pandemia e falta de valorização policial não devem ser ignoradas como causa para a revolta e insatisfação, não só de Wesley, como de todos os policiais e bombeiros baianos”.
“Lamentável como o Comando da PM tenta politizar o que perícia particular classificou como ‘ação desastrosa, resultado de excesso de força letal e despreparo'”, disparou Prisco.
Quanto as questões técnicas durante a negociação e a troca de tiros que terminou com a morte de Weley Góes, concluindo que “não houve excesso na estratégia da corporação (Coronel Agnaldo Ceita relatou que os tiros foram estratégicos)”, o parlamentar rebateu: “A perícia realizada por empresa paulista determinou que ‘o Soldado Wesley, uma vez alvejado e caído, não continuou atirando contra a guarnição, o mesmo, se de fato atirou, foi para revidar diante de um ataque, após equipe do Bope quebrar os protocolos de negociações e apreciação dos fatos”.
O deputado continuou: “Se os policiais do Bope agiram dentro do protocolo, todas as outras ações envolvendo marginais e cidadãos de bem não seguem o protocolo, inclusive as do próprio Bope nos dias seguintes”, analisou.
Prisco lembrou que o parecer técnico pericial, assinado pelo Secrim, indicou ainda que dos sete disparos recebidos pelo Soldado Wesley, “quatro foram quando ele já se encontrava alvejado no solo, indicando claramente excesso de força letal”.
O parlamentar também lamentou a declaração de que a morte de Wesley foi provocada por um sangramento decorrente de um único disparo na região do quadril. “Querem que acreditemos que nenhum outro disparo foi letal? É isso? Não é o que diz a perícia particular”, rebateu.
Prisco ainda rebateu o coronel Agnaldo Ceita, quando disse em coletiva que “o soldado Wesley Góes foi alvo de tiros feitos por diversos policiais, que “agiram em legítima defesa própria e de terceiros” e sem autorização de superiores. “Uma equipe tática sem comando? A declaração é tão absurda que prefiro nem comentar”, disse.
“O laudo ainda deixa claro que Wesley não atirou na guarnição, mas por cima dela. Sinal de advertência”, concluiu o Soldado Prisco, coordenador geral da Aspra.