Após o parecer legal da Procuradoria Geral do Município (PGM), a Defesa Civil de Salvador (Codesal) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) começam, na manhã desta quarta-feira (10), a retirada dos escombros do imóvel que desabou no último dia 24 na Ladeira da Soledade, onde morreram três pessoas da mesma família.
Segundo a prefeitura, o órgão solicitou o acompanhamento de técnicos do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) já que a área onde o imóvel está é tombada pelo órgão vinculado ao governo do estado da Bahia. Segundo a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), o tráfego só será liberado com a autorização da Coordenadoria de Defesa Civil de Salvador (Codesal) e do Instituto de Proteção ao Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).
De acordo com a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), os ônibus que trafegavam pela ladeira e pelo Barbalho sentido Soledade passam agora pela Ladeira da Água Brusca, retornando em São Joaquim, Via Expressa, Baia de Todos-os-Santos, Estrada da Rainha e Vale do Queimadinho.
Dono foi indiciado por homicídio
Proprietário do imóvel que desabou na Ladeira da Soledade, o artista plástico José Ivo da Costa Santos, de 63 anos, foi indiciado pelo delegado Luiz Henrique Costa Ferreira, titular da 2ª Delegacia Territorial (DT), da Lapinha, pelo crime de desabamento culposo com resultado morte e lesão corporal. Nesta terça-feira (9) o inquérito foi enviado para o Ministério Público, e nele consta o laudo com o resultado da perícia realizada pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT).
O parecer diz que o dano no imóvel foi causado por falta de manutenção, agravado pelas fortes chuvas. De acordo com o delegado Luiz Henrique, a pena que o artista plástico poderá receber é equivalente a de um homicídio culposo, que vai de 1 a 3 anos para cada uma das mortes ocorridas, podendo chegar até a nove anos, sem contar as lesões corporais. Ivo, a depender do entendimento da justiça, poderá responder em liberdade.
O delegado disse também que, além de Ivo, ouviu também moradores região e todos afirmaram que ele sempre se apresentou como o dono do imóvel. “O delegado apurou também que Ivo foi notificado várias vezes pelo poder público sobre as condições do imóvel e os riscos que o ameaçavam, mas não fez nada”, afirmou a polícia civil, em nota.
