A Europol, polícia europeia, incluiu o Primeiro Comando da Capital (PCC) em sua lista de cartéis de drogas em um comunicado durante uma operação conjunta com as polícias nacionais da Espanha e Portugal, juntamente com a Polícia Federal brasileira. A razão para essa classificação é a concentração das atividades de venda e transporte de drogas em uma mesma organização criminosa, além da lavagem de dinheiro internamente.
O PCC está presente na maioria dos estados brasileiros, inclusive na Bahia, onde fornece drogas e armas para o grupo Bonde do Maluco (BDM).
A operação realizada em maio de 2023 foi um desdobramento de uma apreensão ocorrida em junho de 2022, na qual 800 quilos de cocaína foram encontrados em um contêiner com sacos de açaí congelados no porto de Sines, Portugal. A droga era proveniente do Brasil.
A vice-porta-voz da Europol, Claire Georges, explicou que os cartéis de drogas são organizações criminosas complexas, formadas por várias células de tráfico de drogas que trabalham juntas para controlar toda a cadeia do tráfico, incluindo o transporte e a lavagem de dinheiro. Dessa forma, a Europol considera o PCC como um desses cartéis.
No Brasil, a Polícia Civil apreendeu 50 veículos de luxo em 28 de julho, incluindo um McLaren avaliado em R$ 1,5 milhão, que supostamente eram usados pelo PCC para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Esses carros de luxo foram encontrados em agências de veículos com supostas ligações com a organização criminosa.
Quanto à presença de membros do PCC na Europa, representando a organização para negociações com máfias europeias, Claire Georges não pôde fornecer detalhes específicos. No entanto, ela mencionou que o crime organizado brasileiro, em geral, tem buscado se estabelecer no continente europeu, especialmente em relação ao tráfico de cocaína. Em resposta a esse cenário, a Europol intensificou sua cooperação estratégica com o Brasil, contando agora com dois agentes de ligação da Polícia Federal brasileira na sede em Haia, como parte de uma rede de mais de 250 agentes de ligação de diversos países.
Nos Estados Unidos, o governo incluiu o PCC em sua lista de organizações de alto risco para ameaças à segurança nacional, ao lado da tríade chinesa, a máfia italiana e a japonesa Yakuza. A reputação perigosa do PCC foi reforçada por uma rebelião em 2006, na qual 564 pessoas foram mortas em São Paulo, marcando o maior massacre contemporâneo do estado. O cartel ganhou força a partir desse episódio e permanece como uma preocupação significativa em âmbito nacional e internacional.
