O presidente da Comissão da Paz de Barreiras, no oeste da Bahia, falou com o Informe Baiano nesta sexta-feira (1/03) e não quis comentar o déficit que a prefeitura da cidade enfrenta. O IB já publicou sobre o aumento do endividamento do município, numa dívida que ultrapassa R$ 540 milhões de reais.
Uma “carta aberta aos munícipes”, assinada pela sociedade civil barreirense, passou a circular desde antes do Carnaval, chamando a atenção para os possíveis riscos à saúde dos cofres públicos, já que a dívida consolidada já supera R$ 580 milhões. Pouco depois de se tornar público o documento, O prefeito de Barreiras, Zito Barbosa (UB), fez um novo pedido de empréstimo.
Diferente da Sociedade Civil de Barreiras, a Comissão da Paz preferiu não opinar. “A gente não participa dessa questão. Não fomos convidados e nem tenho conhecimento disso aí que você tá falando”, defendeu Gill Arêas, presidente da Comissão da Paz.
O representante insinuou ainda que as dívidas “não são de interesse” dos munícipes. “Eu não vou entrar nesse assunto, não interessa, sinceramente, não interessa como cidadão, mas nesse momento como eu sou a voz de um movimento, eu não vou botar um movimento todinho a carrapa”, reclamou.
Pouco depois, o presidente se irritou com as perguntas jornalísticas e disse que não responderia mais nada sobre o tema. “Nós somos um movimento apartidário, nós não temos envolvimento político. Como estamos em um ano eleitoral e vai ter uma corrida eleitoral municipal, eu não vou entrar nisso aí, porque não faz parte do nosso movimento.[…] Eu estaria traindo todo mundo que acredita nesse movimento”, justificou.
Conforme apurado pelo IB, o grau de endividamento do município saiu de R$ 68,3 milhões, ou 12,92%, em janeiro de 2017, para impressionantes R$ 543,8 milhões, ou 74,04%, em dezembro de 2023, de acordo com dados publicados no Portal da Transparência de Barreiras. No último sábado (17), inclusive, foi criada a Comissão Popular do Endividamento Público do Município de Barreiras, movimento liderado pela vereadora Carmélia da Matta (PP), que reúne líderes comunitários e políticos.