Após a boxeadora italiana Angela Carini abandonar a luta contra a argelina Imane Khelif, aos 46 segundos de combate, nesta quinta-feira (01/08), sob alegação que a adversária era uma mulher transexual, a história ganhou grandes proporções e o Comitê Olímpico Internacional precisou se pronunciar sobre o caso.
Lutando na categoria até 66 kg, Carini declarou após a luta: “Nunca levei um soco assim, é impossível continuar. […] Não desisti, mas um soco doeu demais, e então falei ‘chega’. Vou embora de cabeça erguida”. Após a história ganhar força em veículos de todo o mundo, pela alegação de que a argelina era uma mulher trans, que já havia sido impedida de competir no Mundial de Boxe, após reprovar nos testes da IBA (Associação Internacional de Boxe), que organiza a competição, pelos elevados níveis de testosterona em seu organismo (hormônio masculino).
Em publicação feita horas após a luta, o Comitê Internacional afirmou que “todos os atletas participantes do torneio de boxe dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 cumprem os regulamentos de elegibilidade e inscrição da competição, bem como todos os regulamentos médicos aplicáveis definidos pela Unidade de Boxe de Paris 2024 (PBU)” e que estão em vigor desde os jogos de Tóquio 2020 e até mesmo durante as eliminatórias para as Olimpíadas de Paris.
O Comitê Olímpico da Argélia também se pronunciou sobre o caso, defendendo a boxeadora e ressaltando que Imane Khelif é uma mulher, que se identifica como cisgênero. “Estas tentativas de difamação, baseadas em mentiras, são completamente injustas, especialmente num momento crucial em que ela se prepara para os Jogos Olímpicos, o auge da sua carreira. Apesar destas críticas infundadas, temos confiança inabalável nas suas capacidades e estamos convencidos de que ela brilhará nos Jogos Olímpicos.”