Centenário de nascimento de Batatinha passa em brancas nuvens na Bahia

“É proibido sonhar
Então me deixe o direito de sambar”
(Direito de Sambar, de Batatinha)

Se morasse no Rio de Janeiro ou em São Paulo, Oscar da Penha, o sambista Batatinha, certamente estaria no panteão dos grandes compositores brasileiros, dividindo o pódio do samba com Cartola e Nelson Cavaquinho.

A opinião é do professor Cid Teixeira – que além de historiador das coisas da baianidade, foi um profundo conhecedor de nossa música popular – e foi emitida durante uma entrevista que fiz com o saudoso mestre sobre a história da música baiana, em meados dos anos 1970, e que permanece ainda parcialmente inédita.

Cid referia-se ao fato de a Bahia, na época, não contar com uma gravadora de discos, exceto a pequena e pioneira JS, criada nos anos 1960 para gravar jingles e spots para as agências de propaganda locais e que chegou a colocar no acetato a voz de alguns poucos cantores baianos, gravada em modestos dois canais. A Studios WR, com seus 16 canais, nasceria em 1975, mas só iniciou sua trajetória no mundo da música cinco anos depois, abrindo um ciclo que iria resultar no nascimento e expansão da chamada axé music.

Até então, as grandes gravadoras de disco estavam no eixo Rio-São Paulo e para tornar-se uma referência nacional, cantores e compositores baianos e de outros estados eram obrigados a seguir o exemplo de Dorival Caymmi, que pegou um ita e foi mostrar ao mundo, a partir do Rio de Janeiro, o que a baiana e a Bahia têm.

Batatinha, porém, seguiu vivendo em Salvador até a sua morte, em 3 de janeiro de 1997. Começou a compor e apresentar-se em programas das emissoras de rádio de Salvador na segunda metade dos anos 1940, mas só ganhou alguma notoriedade nacional mais de 20 anos depois, quando algumas de suas composições foram gravadas pela conterrânea Maria Bethânia – já radicada no Rio de Janeiro, assim como o mano Caetano e os amigos Gal e Gil.

Na próxima segunda-feira, 5 de agosto, será o centenário de nascimento desse monumento da música baiana. Para comemorar a data, o Sesc Pompéia, em São Paulo, programou dois shows da cantora Adriana Moreira, nos dias 3 e 4, com músicas do repertório de Batatinha e a participação do baiano Nelson Rufino.

Na Bahia, lamentavelmente, a data passará praticamente em brancas nuvens. Além de uma missa às 19h na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, ao que me consta está programada apenas uma singela roda de samba para homenagear o músico: no dia 9, às 20h, na área externa da Igreja de Santo Antônio Além do Carmo, onde o grupo Botequim costumeiramente se apresenta.

E não é por falta de verbas. Basta olhar a montanha de dinheiro que vem sendo gasto pelo Governo do Estado e por muitas prefeituras para pagar os elevados cachês de cantores ditos sertanejos em shows destinados a turbinar candidaturas amigas.

A omissão é mais consequência de um descaso com a história, com a cultura e com a memória do povo baiano, por conta de um certo tipo de pensamento equivocado, mas dominante nos últimos anos, segundo o qual a Bahia nasceu no início desse século e tudo o mais é passado, que deve ser esquecido.

Uma grande bobagem. Em depoimento no documentário “Batatinha e o samba oculto da Bahia” (2007), de Pedro Adib, o compositor e cantor Paulinho da Viola faz um alerta sobre a nocividade do descaso com a preservação da memória de um povo e não deixa dúvida: “Batatinha é uma estrela que vai brilhar sempre no céu da gente”. É mesmo isso. Viva Batata!!!

(A propósito: em 2014, o governo do Rio Grande do Sul, terra do secretário da Cultura da Bahia, instituiu o Ano do Centenário de Lupicínio Rodrigues e determinou a promoção de uma série de atividades para comemorar os 100 anos de nascimento do compositor gaúcho.)

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