Em entrevista nesta segunda (11) durante o lançamento do Festival da Primavera, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), comentou a situação atual do PMDB, partido do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que deixou a prisão domiciliar e foi encaminhado para a Papuda, em Brasília, na última sexta (08). A Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões em um apartamento no bairro da Graça, a menos de um quilômetro da residência do político. O imóvel foi emprestado por um amigo. Além de Geddel, também foi preso Gustavo Ferraz, ex-diretor da Codesal de Salvador, que já foi exonerado do cargo.
Cauteloso, ACM Neto afirmou que “o PMDB é um partido tradicional”. Ele citou uma visita no domingo (10) que fez a Serrinha, cidade governada pelo PMDB.
“O partido tem uma dimensão relevante na Bahia. Inclusive, por prefeitos, ex-prefeitos, deputados. Ontem, por exemplo, eu fui convidado e estive na cidade de Serrinha com o prefeito Adriano, que é o do PMDB. Um prefeito que vem fazendo um bom trabalho naquela cidade. Coincidentemente, outros prefeitos do PMDB estavam presentes. Então, o PMDB é um partido maior do que a figura A, B ou C”, opinou.
Para o gestor da capital baiana, só é possível analisar se a sigla está enfraquecida após os “desdobramentos das posições políticas do PMDB”.
“O que vai acontecer com o PMDB eu não sei, porque eu não sou do PMDB. O máximo que eu posso é opinar se perguntado for. Caso não seja, eu sequer darei minha opinião porque eu respeito a autonomia do PMDB. Onde é que eu opino? É no Democratas, que é meu partido. Lá dentro sim eu falo, eu tenho voz e eu expresso a minha opinião. Nós temos que aguardar para ver como é que vão ser os desdobramentos das posições políticas do PMDB. E aí, somente depois disso avaliar quais são as conseqüências e impactos no partido como um todo. Eu espero que o partido possa manter-se forte e possa continuar tendo as suas pretensões e as suas aspirações. Agora, isso vai depender muito das decisões que o próprio PMDB venha a tomar”, afirmou.
Sobre a prisão de Gustavo Ferraz, que ocupava o cargo de diretor da Codesal e foi exonerado, o prefeito disse que “não tem bola de cristal”. Ele assegurou que em uma eventual situação semelhante vai agir com o mesmo rigor.
“Ao tomar conhecimento é preciso agir com toda rapidez e firmeza. Foi o que nós fizemos com o Gustavo Ferraz. Isso vale para qualquer colaborador da prefeitura, que eventualmente, amanhã ou depois, possa aparecer envolvido em qualquer tipo de suspeita ou irregularidade. Não quer dizer apenas que se trate de algo com repercussão e impacto nacional, como foi o caso específico. É assim que eu procedo e é dessa maneira que continuaremos atuando”, informou.
Neto afirmou também que a Codesal está sendo gerida, por enquanto, pelo secretário de Cidade Sustentável, André Fraga (PV).
“Eu estou fazendo alguns ajustes e vamos ter algumas mudanças pontuais em nossa equipe de trabalho. E não se limitará apenas a escolha de um novo diretor para a Codesal. Então, eu tenho aí esse tempo para concluir algumas mexidas que eu vou fazer. E eu vou fazer de uma vez só”, finalizou.
