Um áudio enviado à imprensa na terça-feira (22/04) revelou um dos momentos de violência psicológica cometida pelo advogado baiano João Neto, atualmente preso, contra sua companheira. Na gravação, o homem critica a roupa que a mulher usava para ir à academia, a acusa de se “exibir” e a expulsa de casa. “Seus comportamentos estão de put*”, afirmou ele no áudio.
O episódio antecedeu a confusão registrada em 14 de abril, quando João Neto foi preso em flagrante, em um apartamento no bairro da Jatiúca, em Maceió (AL). Imagens de câmeras de segurança mostram a vítima saindo do imóvel com o rosto ensanguentado, enquanto o influenciador tenta conter o sangramento com um pano.
A defesa do advogado solicitou habeas corpus, alegando bons antecedentes e residência fixa, mas o pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas. O desembargador Carlos Cavalcanti de Albuquerque Filho justificou a manutenção da prisão preventiva como forma de garantir a integridade da vítima e preservar a ordem pública.
João Neto está atualmente custodiado na Penitenciária Baldomero Cavalcante de Oliveira. A repercussão nacional do caso levou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a abrir uma investigação disciplinar sobre sua conduta. A OAB da Bahia, em conjunto com a seccional de Alagoas, afirmou que, caso as denúncias se confirmem, ele poderá ter seu registro profissional cassado.
A entidade reforçou, em nota: “A OAB Bahia e seu Tribunal de Ética e Disciplina (TED) repudiam veementemente toda e qualquer forma de violência contra a mulher.”
Também veio à tona que João Neto foi desligado do curso de formação da Polícia Militar da Bahia há cerca de 15 anos, após denúncia de agressão e uso de meios irregulares durante uma avaliação. Apesar de se apresentar como ex-policial nas redes sociais, ele nunca chegou a atuar efetivamente na corporação.
Especialistas apontam que, embora se identifique como ex-PM, ele não deve responder por falsidade ideológica, pois não há indícios de uso dessa informação para obter vantagens ilícitas ou falsificar documentos.