A morte de Kauã Araújo dos Santos, de 15 anos, ocorrida na tarde de terça-feira (29/04), está sendo investigada por suspeita de violência policial. Segundo familiares e amigos, o adolescente teria sido agredido por policiais militares da 17ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), na última quinta-feira (25/04), após ser abordado enquanto estava em via pública. O clima é de revolta.
Kauã, que completaria 16 anos nesta quarta-feira (30/04), foi levado ao hospital com ferimentos e sinais de espancamento após, segundo testemunhas, ser colocado em uma viatura da PM. Ele teria sido abordado por estar junto a dois outros jovens supostamente fumando maconha. Relatos indicam que ele sequer havia consumido a substância e que os policiais disseram que iriam “dar um rolezinho” com o adolescente.
Horas depois, Kauã foi liberado e retornou para casa machucado, abatido e com marcas no corpo. A família o levou ao hospital, onde foi internado. O quadro de saúde se agravou e ele sofreu uma parada cardiorrespiratória. De acordo com familiares, também foi identificado um quadro de lesão cerebral.
A Polícia Militar informou, por meio de nota oficial, que até o momento não há registro formal de ocorrência com as características relatadas. O major responsável pela 17ª CIPM afirmou que a suposta abordagem não consta em relatórios da operação realizada no dia, chamada “Força Total”.
A corporação, no entanto, disse que, diante da repercussão, os “procedimentos de apuração pertinentes” serão instaurados e que denúncias podem ser formalizadas na Ouvidoria da PM ou diretamente na Corregedoria-Geral. A PM também reafirmou seu compromisso com a legalidade e a investigação de qualquer conduta fora dos padrões éticos e legais.
O caso segue sob apuração e deve ser acompanhado também pela Polícia Civil e Ministério Público. A família pede justiça e responsabilização dos envolvidos.