Em entrevista durante agenda no interior da Bahia, o governador Jerônimo Rodrigues fez uma crítica direta à ausência de práticas preventivas no enfrentamento à seca no Brasil. Segundo ele, a população brasileira ainda não incorporou hábitos básicos de conservação, como o armazenamento de alimentos e água, o que agrava os efeitos das estiagens prolongadas.
“Nós aqui no Brasil não temos a cultura de guardar comida para os bichos. Se cada um de nós tivéssemos um silo, uma trincheirazinha lá no fundo do quintal, que guardássemos capim, palha de milho, milho, abríssemos lá, guardássemos lá um período, na falta estava lá. Aquele milho pode ficar ali quatro, cinco, seis anos. Se precisou, cavou, tirou, serviu”, destacou Jerônimo.
O governador comparou a situação com a realidade de países europeus, que, segundo ele, estão mais preparados para lidar com eventos climáticos adversos. “A Europa tem. Os europeus guardam comida para a época da geada e ninguém sai de casa, tem comida guardada”, afirmou.
Jerônimo reforçou que o governo estadual tem adotado ações emergenciais para mitigar os impactos da seca, mas ressaltou a importância de mudanças culturais e estruturais. “A convivência com a seca exige preparo. Não adianta proteger um lado e descobrir o outro. É preciso pensar em soluções duradouras e sustentáveis”, concluiu.