A postura cada vez mais centralizadora adotada pelo deputado estadual Ricardo Rodrigues (PSD), ex-prefeito de Lapão e com base política na região de Irecê, tem gerado incômodo nos bastidores da política regional — inclusive dentro do seu próprio grupo político. O parlamentar vem acumulando críticas pela forma como tenta assumir o protagonismo de ações do governo estadual, além de adotar uma conduta considerada até mesmo desleal com aliados e colegas de parlamento.
Nos últimos meses, Ricardo tem se apresentado como responsável por obras e medidas implementadas pelo governo da Bahia em municípios da região de Irecê, especialmente no contexto do enfrentamento à seca. Essa tentativa de capitalizar politicamente sobre conquistas coletivas tem gerado desconforto entre e lideranças locais, que enxergam em sua postura um desrespeito aos esforços conjuntos de diversos agentes políticos.
Além disso, circula nos bastidores a informação de que Ricardo Rodrigues pretende disputar uma vaga para a Câmara Federal em 2026 — embora essa intenção ainda não tenha sido confirmada oficialmente. A possível candidatura tem acirrado ainda mais os ânimos dentro do PSD e entre lideranças da base governista, que enxergam na movimentação do deputado um jogo individualista e pouco estratégico.
Um dos que se manifestaram publicamente sobre a conduta de Ricardo foi o também deputado estadual Cafu Barreto (PSD), seu colega de partido e de bancada. Em conversa com o Informe Baiano, Cafu lamentou o comportamento do correligionário.
“Política não se faz com prepotência nem com egoísmo. Política é parceria, é diálogo, é construção coletiva. Do jeito que ele está agindo, fica difícil manter relações saudáveis. A arrogância, como diz o ditado, precede a queda,” afirmou.
Cafu ainda destacou que, apesar do esforço conjunto de diversos deputados — aliados e até mesmo da oposição — na busca por medidas eficazes de enfrentamento à seca na região, até o momento nada de concreto foi efetivado pelo governo estadual. Nesse cenário, segundo ele, é ainda mais grave que alguém tente assumir sozinho o crédito de ações que sequer aconteceram de fato.
De forma descontraída, o deputado ironizou: “Se continuar nesse ritmo, até a vaga do governador Jerônimo pode estar ameaçada… Vai que o deputado resolve ser candidato ao governo também.”