O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), afirmou que ainda não há previsão para o restabelecimento do radar meteorológico operado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que está fora de operação há um ano. A declaração foi feita durante entrevista em que o chefe do Executivo estadual confirmou ter solicitado apoio ao governo federal para retomar o funcionamento do equipamento, essencial para o monitoramento climático no estado.
A paralisação do radar compromete diretamente a capacidade de prever eventos extremos e emitir alertas com antecedência, colocando em risco milhões de baianos, especialmente em regiões que sofrem com enchentes. Municípios como Santo Amaro, Ilhéus, Itabuna, Medeiros Neto, Eunápolis e Itamaraju registraram, nos últimos meses, episódios graves de alagamentos, desabamentos e famílias desabrigadas em razão das fortes chuvas.
Sem o radar, os órgãos de defesa civil dependem de dados genéricos por satélite e de sistemas menos precisos, o que dificulta a tomada de decisões rápidas e eficazes em situações de emergência.
“Na última reunião que tivemos com o ministro Waldez, pedimos apoio para que o sistema de monitoramento, tanto de sol quanto de chuva, pudesse ser restabelecido. O ministro se comprometeu, mas não colocou data. Recursos já foram colocados à disposição”, disse Jerônimo.
A declaração do governador veio após o diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Sósthenes Macedo, criticar a inércia do governo federal na manutenção do radar. Segundo ele, o equipamento está inativo há 12 meses, apesar das diversas notificações enviadas pela Codesal e por outros órgãos, como o Fórum Nacional dos Secretários de Defesa Civil.
“Tem um ano que nós vimos notificando constantemente o Cemaden e, infelizmente, a resposta que temos é de que eles não têm orçamento para fazer a manutenção desse equipamento”, afirmou Sósthenes.