O Partido dos Trabalhadores (PT) definiu que sua eleição interna de 2025 será realizada por meio de cédulas de papel. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (21/5), em reunião da Executiva Nacional, após a Justiça Eleitoral não autorizar o empréstimo de urnas eletrônicas para todos os Estados do país.
O pleito, chamado de Processo de Eleição Direta (PED), terá o primeiro turno em 6 de julho e, caso necessário, o segundo em 20 do mesmo mês. Poderão votar todos os filiados que ingressaram na sigla até 28 de fevereiro deste ano. Segundo o partido, cerca de 3 milhões de pessoas estão aptas a participar da escolha.
A legenda chegou a negociar com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o uso dos equipamentos, mas a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, informou que a decisão caberia aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de cada Estado. Dos 27 tribunais, apenas 16 autorizaram o empréstimo. Quatro negaram o pedido — Alagoas, Espírito Santo, Minas Gerais e Pernambuco — e outros sete ainda estavam em negociação.
Diante das dificuldades logísticas e da falta de segurança apontadas pelos TREs, o PT optou por unificar o formato da eleição em todo o território nacional. As cédulas serão confeccionadas pela própria sigla e a apuração será feita manualmente.
“Como a Justiça Eleitoral não teve condições de disponibilizar as urnas eletrônicas para a realização do PED em todos os municípios do Brasil, decidimos manter nosso PED com voto em cédula”, declarou Henrique Fontana (PT-RS), secretário-geral nacional da legenda, ao site Poder360.
Esta será a primeira vez em 12 anos que o partido realizará uma eleição direta com votos dos filiados em todo o país.
Entre os nomes que disputam a presidência do PT estão Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara e favorito ao cargo com apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representando a corrente majoritária CNB (Construindo um Novo Brasil). Também estão na disputa Rui Falcão, deputado federal por São Paulo; Romênio Pereira, secretário de Relações Internacionais do partido; Valter Pomar, dirigente nacional; e Dani Nunes, suplente de vereadora no Rio de Janeiro.
Nas últimas eleições internas, em 2017 e 2019, a atual ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi eleita e reeleita presidente com apoio de Lula, em votações híbridas.