O clima segue tenso nos bastidores da política baiana. As movimentações recentes do PT, partido que comanda o Palácio de Ondina, acenderam o alerta no PSD, maior partido da Bahia, com mais de 120 prefeitos filiados. A estratégia petista, liderada pelo senador Jaques Wagner, ventila nos bastidores a formação de uma “chapa puro sangue” nas eleições de 2026, composta pelo governador Jerônimo Rodrigues, pelo ministro Rui Costa e pelo próprio Wagner, deixando de fora o senador Angelo Coronel (PSD), que esperava apoio para buscar sua reeleição.
Conforme apuração do Informe Baiano, a leitura feita por setores do PT é que, ao estimular um possível afastamento entre os senadores Otto Alencar e Angelo Coronel — ambos do PSD —, o partido poderia enfraquecer a pressão do aliado e manter a legenda na base, mesmo sem ceder espaço na majoritária. O movimento, no entanto, é considerado de alto risco.
Nos bastidores, interlocutores do PSD garantem que quem apostar no rompimento entre Otto e Coronel “vai quebrar a cara”. Os dois senadores são “carne e unha” e qualquer tentativa de dividi-los tende a ser fracassada.
Otto Alencar, presidente estadual do PSD, já deu sinais de que não aceitará ver o partido relegado a um papel secundário no tabuleiro eleitoral.
A tensão cresce porque, caso se confirme a chapa exclusivamente petista, o PSD terá que decidir se aceita o papel de coadjuvante ou se rompe com o governo Jerônimo, abrindo caminho para conversas com outras forças políticas. Diante do peso político do PSD — que além do maior número de prefeitos, possui uma das maiores bancadas na Assembleia Legislativa —, uma eventual saída da base redesenha completamente o cenário eleitoral na Bahia.