A influenciadora Viih Tube usou as redes sociais nesta quarta-feira (4) para relatar que o seu filho caçula de 1 ano e 5 meses, Ravi, recebeu um diagnóstico médico de APLV — Alergia à Proteína do Leite de Vaca. Nos primeiros dias de vida, o menino chegou a ser internado na UTI por conta de reações no intestino provocadas pela condição.
Apesar de comum entre bebês e crianças pequenas, a APLV ainda gera muitas dúvidas entre pais e cuidadores. Afinal, o que causa essa alergia? Como identificar os sintomas? Existe cura?
A APLV ocorre quando o sistema imunológico da criança identifica, de forma equivocada, a proteína do leite bovino como uma ameaça ao organismo. A partir disso, o corpo ativa mecanismos de defesa para combatê-la, o que desencadeia uma série de reações alérgicas, que podem ser leves, moderadas ou até graves — como no caso do pequeno Ravi.
Na maioria dos casos, a condição tem origem genética. Filhos de pais alérgicos, por exemplo, têm até 75% de chance de desenvolver algum tipo de alergia alimentar. No entanto, mesmo crianças sem histórico familiar podem apresentar APLV, principalmente se o sistema imunológico ainda estiver imaturo.
Quais são os sintomas?
A APLV pode se manifestar logo nas primeiras horas após o consumo de leite ou alimentos com traços da proteína, mas também pode demorar dias para apresentar sinais. Entre os sintomas mais comuns estão: urticárias e manchas vermelhas na pele, inchaço nos lábios e ao redor dos olhos, vômitos em jato, diarreia e chiados no peito.
Esses sinais podem variar de acordo com o organismo de cada criança. Por isso, o diagnóstico deve ser sempre feito por um pediatra ou alergista, que indicará os exames e o tratamento adequados.
APLV x Intolerância à lactose: qual a diferença?
É comum confundir a APLV com a intolerância à lactose, mas as duas condições são bem distintas. A intolerância ocorre quando o organismo não produz lactase suficiente — enzima responsável por digerir a lactose, que é o açúcar do leite. Nesse caso, o sistema imunológico não está envolvido.
Na APLV, o problema está no reconhecimento da proteína como um corpo estranho. Ou seja, trata-se de uma reação alérgica, com envolvimento direto do sistema imunológico. Por isso, as reações tendem a ser mais intensas e exigem atenção maior.
Existe cura para a APLV?
De acordo com especialistas, a APLV costuma ser temporária. A maioria das crianças diagnosticadas desenvolve tolerância ao leite bovino entre o primeiro e o quinto ano de vida. O processo de reintrodução deve ser feito com acompanhamento médico, pois em alguns casos raros a alergia pode persistir por mais tempo.
Enquanto isso, o tratamento envolve a exclusão completa do leite de vaca e seus derivados da dieta da criança e, no caso de bebês amamentados, da dieta da mãe. Existem também fórmulas especiais no mercado para atender crianças com essa condição.