Durante o lançamento do Plano Safra, nesta terça-feira (1º), no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a decisão do Congresso Nacional de barrar o decreto que aumentava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e defendeu o projeto de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil.
Lula classificou as propostas como medidas de “justiça tributária e social”. Ele afirmou que a reação contrária de setores da política e da economia revela resistência à diminuição de privilégios, sustentando uma narrativa criada por setores do PT. “Quando a gente coloca que as pessoas que ganham mais de R$ 1 milhão têm que pagar um pouco mais, há uma rebelião. Estamos querendo que 140 mil pessoas contribuam um pouco mais para beneficiar 10 milhões de brasileiros. É tão pouco”, afirmou o presidente.
Segundo o petista, o objetivo do governo não é tirar direitos, mas corrigir distorções no sistema tributário. “Ninguém está querendo tirar nada de ninguém. Queremos apenas diminuir os privilégios de alguns para dar um pouco de direito para os outros”, acrescentou.
A reação do Congresso contra a fala presidencial foi imediata. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou um vídeo com críticas ao tom do discurso, que ele classificou como divisivo. “Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice”, disparou o parlamentar, que também destacou a aprovação de outras três medidas consideradas relevantes pelo Legislativo.
Após a derrubada do decreto do IOF, o governo federal anunciou que vai acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar reverter a decisão.