As recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, provocaram um verdadeiro terremoto político. A repercussão vai muito além da direita: até setores da esquerda moderada admitem preocupação com os desdobramentos. Vale lembrar que o brasileiro não gosta de injustiças e isso vai ter reflexos profundos em 2026.
É impossível ignorar o efeito simbólico da medida. Bolsonaro, que enfrenta investigações e críticas, agora ganha status de perseguido político para boa parte da população — mesmo entre quem não o apoia totalmente. Moraes, ao agir de forma considerada “reativa”, parece cair em todas as provocações bolsonaristas, alimentando a narrativa do “sistema contra o povo”.
O fato é que Bolsonaro está sendo punido antecipadamente e sem uma condenação judicial. A própria população, nas ruas e nas redes, questiona: “Afinal, qual foi o crime?”
Enquanto isso, Lula enfrenta seu próprio desgaste e segue no voo de codorna. As pesquisas mostram queda de aprovação — inclusive na Bahia, tradicional reduto petista. O governo federal ainda tenta encontrar um rumo na economia, mas os próximos 60 dias serão decisivos. Se o desemprego crescer e os preços continuarem subindo, a pressão popular pode explodir.
O contraste com o cenário externo é cruel: nos EUA, Donald Trump deverá entregar superávit com as taxações dos outros países; na Argentina, Javier Milei é exaltado pela população, apesar de medidas polêmicas. No Brasil, o sentimento é de estagnação — ou pior, de retrocesso.
No meio disso tudo, o povo está confuso. Quer entender de forma transparente o que Bolsonaro fez de tão grave para merecer prisão domiciliar e tornozeleira, enquanto vê criminosos condenados soltos. A indignação cresce, e a resposta pode vir forte nas urnas em 2026 — onde estará em jogo a presidência, governos estaduais, Câmara dos Deputados e o Senado (com duas vagas por estado).
Moraes pode ter dado um tiro no pé institucional. Em vez de enfraquecer Bolsonaro, está o fortalecendo como símbolo da resistência contra um sistema que muitos já não acreditam. Resta saber se o Brasil conseguirá manter o equilíbrio antes que a crise se transforme em ruptura.