A Justiça baiana converteu em prisão preventiva a detenção do major Almir Bispo dos Santos Filho, da Polícia Militar da Bahia. A decisão foi proferida na manhã desta quarta-feira (06/08), dois dias após a prisão do oficial, que teria sido flagrado supostamente tentando entregar celulares e outros itens proibidos a um detento no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador.
Major Almir atuava como coordenador de planejamento do Batalhão de Guardas (BG) e foi detido por agentes penais na segunda-feira (04/08), após uma movimentação considerada suspeita. Segundo os relatos, ele conversava com uma mulher — tia de um preso — e uma criança nas imediações da Coordenação de Segurança do presídio. Após a abordagem, os agentes encontraram uma sacola com dois celulares, dois carregadores, um chip, fones de ouvido e comprimidos, material que, de acordo com os agentes penais, seria destinado a um interno classificado como “sensível”.
Colegas do major contestam a versão apresentada pela Polícia Penal e alegam que a sacola não pertencia ao militar, mas à mulher, que havia sido liberada na revista padrão. Eles exigem uma investigação cautelosa e ampla sobre o caso.
O caso, segundo relatos colhidos pelo Informe Baiano, envolve um histórico de desavenças entre o major e um chefe de segurança da unidade.
Militares ouvidos pela reportagem demonstraram surpresa e indignação com a prisão. Um oficial superior declarou que Almir é um “homem de valor, operacional, não gosta de nada errado e tem histórico ilibado”.
“Caiu como uma bomba na PM essa notícia. Eu não acredito. Está muito estranho”, afirmou.
Outro oficial classificou a situação como “extremamente confusa” e com “cheiro de armação”. Ele reforçou a necessidade de uma apuração séria e transparente.
“Você me conhece. Sabe que jamais eu lhe diria algo desse tipo se eu tivesse 1% de dúvida em relação à conduta de Almir. Esse caso é chocante e precisa ser tratado com o mais absoluto respeito. É preciso uma investigação dura, criteriosa, para tudo ser esclarecido. Inclusive, deve ter a filmagem dessa abordagem. É preciso divulgar esse vídeo para toda sociedade urgente.”
Um soldado que já trabalhou diretamente com o major foi mais enfático: “Coloco a mão no fogo por ele. E é saber a motivação disso. Ele passou por vários comandantes no BG (Batalhão de Guardas) e, se estivesse fazendo jogo, já teria sido identificado. Ele é um homem frio, homem de terreno. Não gosta de bandido.”
O caso segue sob investigação e o major permanece à disposição da Justiça. O Informe Baiano continuará acompanhando os desdobramentos.