A Petrobras vai voltar a atuar diretamente na distribuição de gás de cozinha. Quase seis anos após a privatização da Liquigás, o Conselho de Administração da estatal aprovou, na quinta-feira (7/8), a retomada da atuação no mercado de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), conforme comunicado divulgado ao mercado.
O anúncio marca o retorno da companhia à venda direta de botijões ao consumidor final, algo que não ocorre desde 2020, quando a Liquigás foi vendida por R$ 4 bilhões a um consórcio formado por Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás.

Segundo o fato relevante, a nova diretriz prevê que a Petrobras passe a integrar sua atuação na distribuição com outros negócios da companhia no Brasil e no exterior, além de oferecer soluções de baixo carbono aos clientes. A estatal não detalhou como será o modelo de operação da nova distribuidora.
A retomada do setor acontece em meio às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o preço do botijão de gás. Em maio, durante um evento em Campo Verde (MT), Lula disse que a Petrobras vende o produto por R$ 37 às distribuidoras, mas que chega a custar até R$ 120 ao consumidor final. “Não tem explicação. Alguém está ganhando muito dinheiro com isso”, afirmou.
Durante o primeiro mandato, Lula comprou a Liquigás com o objetivo de regular o mercado e conter aumentos abusivos. Hoje, segundo o presidente, quatro empresas controlam cerca de 90% da distribuição de GLP no país.
Além da Liquigás, o governo Bolsonaro também vendeu a BR Distribuidora, atual Vibra, que atuava na comercialização de combustíveis líquidos. Mesmo com a privatização, os postos continuam utilizando a marca Petrobras ou BR.