Na manhã desta quarta-feira (20/08), por volta das 5h40, a Corregedoria da Polícia Civil deflagrou a Operação “Ouro de Tolo”, que teve como alvo o delegado José Marcelo Bezerra de Santana, titular da Delegacia Territorial de Cansanção e Nordestina.
Conforme apuração do Informe Baiano, a ação cumpriu mandados de busca e apreensão tanto na residência do investigado quanto nas unidades policiais sob seu comando. Na casa do delegado, os agentes apreenderam R$ 90 mil em espécie, em notas de cem reais, além de um aparelho celular e armas de fogo, incluindo uma pistola funcional e uma espingarda calibre 12, cujo registro estava vencido.
O delegado foi formalmente notificado do afastamento de suas funções por 90 dias, além da suspensão do porte e posse de armas de fogo.
O inquérito que originou a operação apura a prática de corrupção passiva (art. 317 do Código Penal). A investigação começou após o recebimento de áudios em que o delegado aparece solicitando vantagens indevidas, de forma velada, a garimpeiros da região.
Constam ainda denúncias de que a delegacia teria sido conivente com criminosos locais, incluindo traficantes. Conversas obtidas em aplicativos de mensagens indicam que o delegado teria orientado um advogado a falsificar documentos para liberar valores apreendidos em investigações.
Um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) revelou movimentações suspeitas superiores a R$ 12 milhões nas contas pessoais do delegado nos últimos três anos, valor considerado incompatível com seus rendimentos. Há indícios de recebimento de recursos de mineradoras, comerciantes e postos de combustíveis da região.
Com base nas evidências reunidas, a Justiça autorizou: busca e apreensão pessoal e domiciliar; afastamento imediato da função; suspensão do porte e posse de armas. Todas as medidas foram cumpridas na manhã de hoje.