A Bancada de Oposição protocolou hoje um pedido no Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) para que seja investigada a suspeita de pagamento de propina em repasses da Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia (Cerb), durante a gestão do ex-governador do estado e atual secretário estadual do Desenvolvimento Econômico do estado, Jaques Wagner (PT).
A representação se baseia nos fatos narrados pelos executivos da Construtora Norberto Odebrecht, André Vital Pessoa de Melo e Cláudio Melo Filho, que em delação premiada à Operação Lava – Jato, afirmaram que o acordo fechado entre a Cerb e empresa só fora firmado mediante o pagamento de um montante em dinheiro ao ex-gestor petista.
Os deputados baianos concluíram que os fatos sugerem a prática de crimes contra a administração pública e por esse motivo solicitam uma investigação criminal.
Conforme documento protocolado, as afirmações dos executivos foram gravíssimas por apontar que a quantia serviria para “caixa dois” da campanha do atual governador Rui Costa (PT). Foi considerado no pedido o fato de a suposta negociata ter sido firmada na pendência de julgamento de recurso especial interposto pela Cerb, no qual pretendia a desconstituição de uma dívida. A peça também diz que o acordo judicial quebrou a ordem cronológica dos precatórios, privilegiando a construtora em detrimento dos demais credores do estado e da Cerb, sendo estranhamente a questão formalizada ao final do mandato de Wagner.
“Mesmo ainda pendente apreciação de recurso judicial trazemos ao conhecimento desta autoridade policial os fatos articulados para que sejam investigados em devido e competente inquérito policial”, diz o ofício assinado pelos membros da Bancada de Oposição.]]>