O subsolo da Estação da Lapa, em Salvador, está de cara nova. O lugar ganhou uma Galeria de Grafite, inaugurada nesta segunda-feira (18), como resultado do projeto Mais Grafite, que tem ensinado a arte de rua a jovens de escolas estaduais e também já passou por outros espaços públicos.
Agora, pinturas sobre a cultura africana, com imagens de ícones da resistência negra, substituem o cinza das pilastras de sustentação da Estação da Lapa. A intervenção artística é assinada pelo Coletivo Museu de Street Art Salvador (Musas), que participou de diversas oficinas do Mais Grafite nas escolas. A inauguração da galeria foi animada pelo bloco Ilê Aiyê.
Segundo Júlio Costa, membro do coletivo, a troca de saberes e experiências com os estudantes é mútua. “Está sendo muito interessante participar desse projeto. Primeiro, pelo contato com os estudantes. Estou conhecendo pessoas ativas em poesia, em arte na escola, campeões de stand up e handebol. Nós estamos fazendo contato com jovens que, futuramente, serão líderes e que, provavelmente, vão estar em pilastras com essas”, declarou o artista, que também destacou a convivência com os funcionários da estação no processo de produção da galeria.
Promovido pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), em parceria com as secretarias da Educação e de Cultura (Secult), o Mais Grafite integra o conjunto de ações do programa Pacto Pela Vida. Em 2018, o projeto vai aumentar o número de escolas beneficiadas, além de preencher as laterais do subsolo da Lapa e algumas pilastras das estações do metrô.
Para o secretário da SJDHDS, Carlos Martins, não há dúvidas de que o objetivo do projeto tem sido alcançado. “Nós começamos pelas escolas, para mostrar aos alunos a oportunidade de ver o grafite como uma forma de melhoria da cidadania, como uma questão de pertencimento na escola. Depois, nós partimos para os equipamentos urbanos, para mostrar para a sociedade que a arte do grafite pode ajudar muito na questão do pertencimento. E no caso da Lapa, nós estamos mostrando a cultura e a história afro-brasileira. Ao mesmo tempo, a gente mostra a necessidade de preservar um ambiente que é de todos”, afirmou Martins.
Fotos: Elói Corrêa
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