A ameaça velada do Partido Verde (PV) deixar a base comandada pelo DEM é, na verdade, uma tática para forçar uma composição para a sigla integrar uma “chapinha”, grupo composto por partidos de menor expressão. Geralmente, a “chapinha” elege apenas um deputado federal e com menos de 40 mil votos. Em 2014, por exemplo, o presidente estadual do PV, Uldurico Júnior, foi o beneficiado. Ele conseguiu uma vaga na Câmara Federal com 39.904 votos, sendo o parlamentar baiano com menor quantidade de eleitores. O problema é que o grupo de legendas não aceita que integre a “chapinha” um candidato com mandato, como é o caso de Uldurico.
Nos bastidores, comenta-se que, devido a esse entrave, foi sugerido que o PV integre o “chapão”, onde seriam necessários entre 70 e 80 mil votos para um candidato conquistar uma vaga na Câmara Federal. Como Uldurico acredita que não tem essa quantidade de eleitores, ele estaria forçando o prefeito ACM Neto (DEM) a buscar uma solução junto as legendas menores. A expectativa é que jovem parlamentar do extremo sul baiano não ultrapasse os 50 mil votos.
O confusão já causou baixas na legenda, como foi o caso do deputado estadual Marcell Moraes, que anunciou ontem sua desfiliação (veja aqui).