O Centro de Estudos do Risco do Departamento de Estatística da UFBA vem desenvolvendo cálculos em torno dos resultados da Copa do Mundo, elencando os times com mais chances de vitória. O projeto, que congrega também pesquisadores da USP e Ufscar, já definiu o vencedor da competição: a Espanha. O Brasil amargaria uma quinta colocação, sendo superado pelas seleções de Portugal, Bélgica e França e Espanha. As previsões do grupo foram certeiras em relação ao primeiro e segundo lugar das últimas três Copas do Mundo.
Pelos cálculos dos técnicos, a final mais provável da Copa do Mundo acontecerá entre Portugal e Espanha, com 10,88% das probabilidades. E nem Cristiano Ronaldo, cinco vezes eleito como melhor jogador do mundo, conseguiria salvar o time português de uma possível derrota na maioria das simulações.
A metodologia do Centro de Estudo, que tem atualmente oito integrantes, faz uso da estatística bayesiana, que trabalha a probabilidade a partir de uma medida condicional de incerteza, considerando múltiplas variáveis. “Fazemos o casamento de informações objetivas e subjetivas. As objetivas são as pontuações da seleção no ranking de seleções publicada pelo ranking Fifa. As subjetivas são opiniões, palpites de especialistas para cada jogo da Copa. Trabalhamos com jornalistas esportistas, mas também aficionados por futebol”, explica Paulo Henrique da Silva, do Departamento de Estatística da UFBA, que considera essa junção como a grande vantagem do modelo.
Um exemplo de fatores subjetivos é a demissão do técnico da Espanha, já no início da competição. “Perder um comandante às vésperas da Copa traz um impacto sobre os jogadores”, diz Ricardo Rocha, outro membro da equipe. A contusão do jogador egípcio Salah ou do brasileiro Daniel Alves são outros fatores que influenciam nos resultados. “Para fazer os cálculos, consideramos todas essas variáveis e levamos em conta também a opinião dos especialistas”, explica Hugo Santana, professor da UFBA.
Para encontrar as probabilidades de vitórias e derrotas, são simuladas 100 mil copas fictícias, por meio de um programa de computador desenvolvido pelo centro de estudos. As previsões, que tiveram início antes mesmo da bola rolar, são atualizadas a cada rodada, incrementando os dados e aumentando as probabilidades de acerto.