Neste domingo (26/08), o terreiro Ilê Abasy de Oiá Gnan, liderado pela Yalorixá Adelaide Santos, 66 anos, localizado há 42 anos no bairro Quidé, em Juazeiro, no norte baiano, voltou a ser apedrejado, nos horários da manhã, tarde e noite. Por volta das 20 horas, Mãe Adelaide precisou ser retirada do local, por filhos e filhas da religiosa, temerosos por sua saúde. Afinal, Mãe Adelaide tem de pressão alta e estava muito tensa. Desde o último mês de maio que o terreiro tem sido alvo de apedrejamentos.
O caso já foi denunciado ao Conselho Nacional de Direitos Humanos, em Brasília. Nesta segunda, representantes do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade (Compir) e a Rede Sertão do São Francisco de Combate ao Racismo Institucional, irão tomar novas medidas, como retornar ao Ministério Público, às policias Civil e Militar, acionar as secretarias estaduais de Promoção da lgualdade (Sepromi) e da Segurança Pública. A denúncia também será formulada em âmbito internacional.
De acordo com representantes das religiões de matriz africana, houve outros casos intolerância religiosa na casa. Em 2015 o terreiro foi arrombado, apedrejado várias vezes e seu telhado foi parcialmente destruído. As paredes do terreiro foram todas danificadas e marcadas com cruzes. Quadros e fotografias foram destruídas. Em 14 de junho deste ano o Conselho de Promoção da Igualdade Racial (Compir), que têm atuado ao lado da religiosa, realizou uma vigília no local. Nem mesmo a presença de pessoas no local inibiu os agressores que continuaram arremessando várias pedras no telhado.