O Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito civil nesta quarta-feira (05/12) para apurar responsabilidades na morte de uma cadela, resgatada ferida de uma unidade do Carrefour em Osasco, na Grande São Paulo. Na segunda (03/12), com registro de boletim de ocorrência como maus-tratos, uma investigação foi aberta também na Polícia Civil. O caso provocou reações. Apontado como responsável por ferimentos no animal, o segurança da loja foi afastado preventivamente durante as investigações e é esperado para depoimento.
O cão estava no local há alguns dias, era alimentado por funcionários e se aproximava das pessoas em busca de atenção. Após reclamações de clientes, segundo a empresa, um empregado terceirizado tentou afastá-lo. As causas são apuradas, mas a ação que envolveu a retirada do cão da loja e seu resgate pode ter resultado na morte do animal.
O caso ocorreu no dia 28 de novembro e foi seguido por informações conflitantes. Na ocasião, o Departamento de Fauna e Bem Estar Animal foi acionado para resgatar a cadela, que estava sangrando, e usou um enforcador para a captura. Levada para atendimento emergencial, ela apresentava pressão baixa, vômito com sangue, tinha escoriações múltiplas e morreu em seguida. Como não havia denúncia de agressão na ocasião -mas suspeita de atropelamento-, a administração municipal deu o destino esperado para o corpo, que foi cremado.
Imagens que mostram o cão próximo a manchas de sangue começaram a circular nas redes sociais dias depois com denúncias de maus-tratos. A hipótese de envenenamento também foi levantada. Sem o corpo do animal para perícia, as investigações se restringem a depoimentos e imagens de câmeras de segurança.
Na terça (04/12), a atriz Luisa Mell, militante da causa da defesa animal, esteve na delegacia e transmitiu por rede social imagens e entrevista com a delegada responsável, Silvia Fagundes, que confirmou a agressão. Também foram exibidos vídeos que mostram o segurança seguindo a cadela, que, depois, caminha e deixa marcas de sangue.
O hipermercado diz que a tentativa de afastar a cadela provocou um ferimento em sua pata e afirma que ela desfaleceu “em razão do uso de um ‘enforcador’, tipo de equipamento de contenção”, adotado pela prefeitura. Uma barra de alumínio, que teria sido usada contra o cachorro, foi apreendida e deve ser periciada.
Em nota, o Carrefour repudia qualquer tipo de maus-tratos e reconhece que “um grave problema” ocorreu na loja. “A empresa não vai se eximir de sua responsabilidade. Estamos tristes com a morte desse animal.” O inquérito, aberto na segunda (03/12), deve apurar as responsabilidades no episódio.
Artistas e políticos ligados a causa animal se mobilizam e cobram justiça. Na Bahia, o deputado estadual pelo PSDB, Marcell Moraes, classificou o caso como uma “atrocidade” e que não vai “passar em branco”.
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