Equipe britânica de pesquisadores afirma que a América Latina estará livre da atual epidemia em breve.
Especialistas britânicos em surtos de doenças acreditam que a atual epidemia de Zika vírus, que assola a América Latina, deverá acabar dentro de, no máximo, três anos. Para chegar a tal estimativa, os cientistas basearam sua previsão em uma modelagem que utilizou todos os dados disponíveis sobre adoença.
O Zika normalmente é transmitido por picadas do mosquito Aedes aegypti, mas a infecção também pode ocorrer via relação sexual. Nesta sexta-feira (15), inclusive, os Estados Unidos registraram o primeiro caso de transmissão sexual onde uma mulher passou o vírus para seu parceiro.
Para a maioria das pessoas, o risco que o Zika vírus representa para a saúde é suave. No entanto, quando a infecção ocorre durante a gravidez, pode desencadear a microcefalia, um defeito congênito grave onde os bebês nascem com cabeças demasiado pequenas, além de apresentarem problemas neurológicos.
Fim da epidemia
Neil Ferguson, pesquisador-chefe da equipe que afirmou que a epidemia de Zika vírus poderá acabar em três anos, disse que a análise feita pelo time de pesquisadores permite uma avaliação sobre a ameaça em um futuro iminente.
As pessoas que já foram infectadas com Zika vírus não são suscetíveis de reinfecção. Assim, os autores do estudo estimaram que em três anos a epidemia terminará, devido a um efeito mais conhecido como “imunidade de rebanho”.
Ferguson explica o que o termo significa: “Uma vez que o vírus é incapaz de infectar a mesma pessoa duas vezes – graças à geração de anticorpos pelo sistema imunológico para matá-lo – a epidemia atinge uma fase em que existem muito poucas pessoas restantes para infectar, para que a transmissão seja sustentada”. Isso significa que o Zika não pode crescer novamente entre a população latino-americana por pelo menos uma década, quando uma nova geração de pessoas sem exposição ao vírus vai surgir.
Entretanto, Ferguson afirmou que o atual surto já está muito espalhado, de modo que é difícil reduzir o número de casos de infecções, e que esforços para conter a epidemia deveriam ter sido tomados muito mais cedo. Por isso, salienta o pesquisador, esforços para a produção de uma vacina devem ser incentivados.