Neste mês de abril, pelo menos três tubarões foram encontrados por pescadores e banhistas nas praias do Canta Galo e da Gamboa, o que demonstra que há uma mudança de comportamento desses animais, em Salvador. A equipe do Informe Baiano esteve na Gamboa de Baixo na última segunda(11) e ouviu pescadores e mergulhadores. Afinal, eles atacam seres humanos? É comum na região? Será que os “filhos do mar” sabem precisar as espécies que foram encontradas? Confira abaixo as opiniões de pessoas que convivem há décadas com vários tipos de peixes.
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“Esse aí com certeza é o tipo “Tintureira” e não pode vacilar que ele pode atacar o ser humano, sim. No Rio Vermelho, uma vez, pegaram um com um pote no “bucho”. Era presente de Iemanjá. Eu já pesquei nessa Bahia toda e tenho 68 anos de idade e mais de 60 no mar. Já pesquei de norte a sul”. Zé Carlos Rios, 68 anos.
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“Houve um grande crescimento na pesca submarina e pessoas que não são seletivas, que não tem vivência de mar, estão pescando sem conhecimento nenhum. Existem os peixes ornamentais, esportivos e os peixes de caça. Estão atirando em qualquer coisa que se mexa dentro da água. E isso com o tempo causa um desequilíbrio terrível no meio ambiente. E com isso, o peixe predador vai chegando e ele procura o que comer e não acha. Então, ele começa a migrar vindo para a costa procurando uma comida. Um dos casos que a gente sabe é a situação do Recife, em Pernambuco. Foi comprovado que depois da ampliação que teve no Porto muitas áreas que o Rio desaguava foram fechadas. Então, perdeu muita coisa e aconteceu um desequilíbrio. No início o tubarão só atacava, mas não comia. Depois ele passou a se acostumar com aquilo e se alimentar. Com o isso, ele passou a se habituar e viu que aquilo estava matando a fome dele. No Brasil, existem 75 espécies de tubarões, segundo um biólogo”. Hely Virgílio, 29 anos, pescador.
“Eu nunca vi esse tipo de tubarão atacar. Recentemente apareceu um tubarão Lixa na frente do prédio de Ivete, inclusive. Mas algumas pessoas disseram que era um Bijupirá”. Francisco Xavier dos Reis, 52 anos.
“Aí é um cação “Limão” e não ataca o ser humano, não. Ele tem dois metros, mas é pequeno. Ali nem 100 quilos tem”. Moisés Barbosa, 43 anos.
“Ai é o “Tintureira” e ele cresce bastante, viu? Tem vários tipos de tubarão ou cação”. Valter Garcia Neto.
Fotos na Gamboa: Leandro Silva