Quem faz a pergunta é Marcos Moscoso, produtor rural na região da Chapada Diamantina, um dos principais articuladores do ato que reunirá lideranças do setor agropecuário na próxima terça-feira (25), no auditório da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) a partir das 14h.
Segundo ele, a onda de invasões de terra que avançou pelo Brasil e pela Bahia desde o início do ano, além de ser criminoso, acaba tendo motivação política, já que muitos assentados acabam não permanecendo nos assentamentos que são fixados.
“Temos visto nos assentamentos que hoje não tem nem 20% dos assentados que chegaram ali. A pergunta que não quer calar é: a quem interessa a invasão de terra na Bahia!”, insiste Marcos Moscoso.
Ele estima cerca de 700 assentamentos no Estado, com aproximadamente 25 mil pessoas, mas “nem 10% dos assentamentos estão produzindo em massa”.
Moscoso, que é produtor rural, pontua também que as invasões elevam a insegurança jurídica do campo e causam retração nos investimentos que os produtores poderiam fazer para potencializar a produtividade. Em muitos casos, as pessoas que se apossam das terras não têm conhecimento nem suporte técnico para produzirem.
“O governo teria que dar assistência técnica e entrega dos títulos de terra aos assentados, o que não tem sido feito”.
Ele lembra pelo menos de duas invasões na região da Chapada, nos municípios de Jacobina e Macajuba este ano.
Defensor da reforma agrária, desde que realizada conforme a legislação, Marcos Moscoso afirma que já viabilizou propriedades para 600 assentados, no rol da Associação Fazenda São Pedro, numa experiência bem sucedida que dá às pessoas condições acessíveis de comprarem sua terra.