Exemplo de imagem responsiva Prefeitura de Salvador
Informe Baiano
Exemplo de imagem responsiva Assembleia Legislativa da Bahia

Todo mundo faz pose ao lado do Rei Momo, mas o eleitor só quer ver o Ilê passar

“Não me pegue
Não me toque
Por favor não me provoque
Eu só quero ver o Ilê passar”
(Depois que o Ilê passar, de Miltão)

A entrega das chaves da cidade pelo prefeito Bruno Reis a Sua Majestade, o Rei Momo, Primeiro e Único, como se dizia antigamente, na tarde desta quinta-feira, 8, em um palco armado na Praça Castro Alves, porta de entrada do Centro Histórico de Salvador, foi um evento carregado de mais simbolismos que a mera declaração de que a partir daquele momento a capital baiana está entregue ao reinado da folia. Inclusive porque, na real, a folia já tomou conta de baianos e turistas desde a semana passada em uma interminável sequência de festas, desde aquelas em que o sagrado e profano se misturam aos eventos meramente pré-carnavalescos.

Simbólica foi também a escolha do local para a cerimônia, a assinalar que, como dizia o poeta que lhe empresta nome e sobrenome, a praça é do povo como o céu é do condor – e também do avião, como na paráfrase de Caetano Veloso nos versos iniciais de “Um frevo novo”, aquele do “mete o cotovelo e vai abrindo caminho”.

Também simbólico foi o fato de marcar o momento com um reviver do tradicional encontro de trios, como era costume no amanhecer da Quarta-Feira de Cinzas, no início dos anos 1970, época em que a Bahia transformou outro verso do Mano Caetano, o “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”, em um convite generalizado, atraindo foliões de todo o Brasil para seu Carnaval de rua, de dimensões cada vez maiores.

Mais simbolismo, no entanto, se viu no fato de a entrega da chave da cidade ao Rei Momo reunir em um mesmo palanque o prefeito Bruno Reis (União Brasil) e o governador Jerônimo Rodrigues (PT) – este último trazendo a tiracolo o vice-governador Geraldo Júnior, do MDB.

Parecia um raro momento de entendimento entre os dois governantes, mas, na verdade, foi apenas mais um lance na disputa eleitoral que opõe, de um lado, o prefeito, que vai tentar se reeleger, e seu desafiante, o vice-governador, indicado como representante dos partidos que compõem a base do governador.

Há alguns anos, a prefeitura e o governo estadual vêm disputando protagonismo no Carnaval, cada qual se colocando como o responsável pelo sucesso da festa. A disputa chega ao ponto de escolherem temas diferentes para um mesmo carnaval.

No ano passado, o governo do Estado inovou e criou a figura do coordenador do Carnaval da Bahia, entregando o posto ao vice-governador. Como a denominação indica, caberia ao tal coordenador, pelo menos em tese, coordenar o carnaval na capital e nos outros municípios que promovem festejos carnavalescos. Na prática, porém, nada disso ocorreu: o posto era meramente figurativo.
Este ano, porém, o cenário é outro.

Novamente nomeado para o alegórico cargo de coordenador do Carnaval da Bahia, Geraldo Júnior é também pré-candidato a prefeito da capital. Nessa condição, é natural que busque um protagonismo maior, ao menos na mídia.

Como cabe ao prefeito, candidato à reeleição, entregar as chaves da capital ao Rei Momo, como manda a tradição, o que fazer para dar ao candidato da oposição protagonismo semelhante? Dizem que nos laboratórios governistas se pensou até mesmo na criação de um inusitado Rei Momo Estadual – ideia prontamente descartada pelas cabeças mais sensatas.

A solução, pensada e posta em prática, foi o comparecimento do governador à cerimônia, para a qual fora formalmente convidado pelo prefeito – mas levando a tiracolo o vice-governador e pré-candidato da base governista. Dessa forma, todo mundo sairia na foto, como de fato aconteceu.

Na verdade, ninguém sabe o que isso poderá significar em termos de votos nas eleições que ocorrerão dentro de oito meses, em outubro. O mais provável é que signifique quase nada. Ou talvez nada mesmo. Afinal, quem estava na Praça Castro Alves, naquele momento, pouco estava ligando para esse ou qualquer outro toque eleitoral. Como na canção, só queria ver o Ilê passar.

José Carlos Teixeira
É jornalista, graduado em comunicação social pela Universidade Federal da Bahia e pós-graduado em marketing político, mídia, comportamento eleitoral e opinião pública pela Universidade Católica do Salvador

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